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28 abril 2011

Não tá fácil pra ninguém

Esse povo todo falando do casamento real, e da calvície precoce do príncipe William, e do jeito blasé de Kate Middleton, a quem eu honestamente chamarei de Lady Katy. Fico torcendo tanto pra na hora que acabar o casamento ela tirar a calcinha do rêgo, jogar o buquet no chão e gritar: "Agora isso aqui é tudo meeeeeeeu, esse castelo é meu, essa igreja é minha, esse príncipe é meu, essa rainha é minha, é tudo meeeeeeeeeuuuuu!". Tá. Tô vendo muito Zorra Total. Tá errado, Brasil.

Aí fica nêgo falando dos 5 milhões de libras que serão gastos no casamento dela. Tadinha, gente. Dianão gastou muito mais: 30 milhões. E o pior: teve que se submeter a teste de virgindade. Lady Katy tem que ficar bonitinha, caladinha, fazendo mesmo essa carinha de não-fede-nem-cheira.

Mas o que me assusta MESMO, minha gente, é que até agora ninguém - repito, ninguém - questionou se vale a pena ser princesa, ficar naquela bosta de família desestruturada que é a realeza, ser perseguida por paparazzis até dentro do banheiro quando você pode ter um filho com a cara do sogrão. 



É pra acabar.

17 abril 2011

A primeira - e última - vez que fui à Festa da Fantasia

Com meu vestidinho anos 50, ainda em casa

Mesmo sem nunca ter pisado os meus pezinhos na Festa da Fantasia, eu já sabia que jamais gostaria. Mas agora, com conhecimento de causa, eu posso ser mais contundente ao dizer o quanto eu odeio a festa mais badalada de Goiânia. Nem comecem a dizer o quanto eu sou mal amada por escrever esse post. Já sabemos que TODOS ama essa bosta. Mas vamos lá às minhas razões:

1. O convite é caro pra caralho. R$ 200 não tá fácil pra ninguém. Eu jamais pagaria qualquer valor parecido pra ir numa festa. Por isso que eu só fui quando rolou de ir de graça (ganhei dois convites).

2. Goiânia inteira parece estar dentro do Goiânia Arena. É desesperador ver tanta gente junta. Tanta gente ERRADA junta, principalmente.

3. Nêgo achando que tem que reaver os R$ 200 em cachaça. Amigo, não sabe beber, não beba. E te dizer que eu estava no camarote, quédizê, nem gente pseudo-ryca sabe beber whisky 8 anos. Tem que ver issaê, Braseeeeelll.

4. Homens que malharam o ano todo só pra ficar "inchadinho" e exibir uma "fantasia" de, sei lá, peladão. Quer mostrar o físico, amor? Vai pra praia. Isso sem contar os 2 ou 3 caras que vi fazendo flexões NO MEIO DA FESTA só pra ficar com o peitoral inchado. Sério, gente. Tenho nojinho. Vou nem falar da hora que eles já estão suados e ficam esbarrando na gente. ECAAAAAAAA.

5. Contei 34 médicos - 1 tinha jaleco de fisioterapeuta e eu descontei, humilhando, é claro -, 26 noivas e perdi as contas das fantasias de piriguetes, com oncinhas e afins. Inclua-se aí aqueles que vão de, sei lá, homens e mulheres das cavernas. Gente, vamos caprichar na originalidade? Grata.

6. Asas. Asas do inferno. Asas do inferno do caralho de asas da puta que te pariu. Minha filha, quer ser fada? Quer ser Sininho? Quer ser o  Cisne Negro? Quer ser o raio que a parta? Enfia essas asas no meio do olho do seu c*. Essa merda gruda no seu cabelo, gruda na sua roupa, te empurra pra lá e pra cá e tudo o que você quer é que todas voem pra muito, muito longe de você.

7. Música ruim. Ai, Leilah Moreno. Desconfia do cachê que vc tá ganhando e fica com vergonha de soltar um playback nos 3 showzinhos que vc deu em 3 diferentes ambientes da festa. Eu sou triplamente azarada e ouvi praticamente tudo 3 vezes. No tudo vc inclui aí umas 5 músicas só. Da Rihana, da Beyoncé, da Lady Gaga, da Alicia Keys e do Jay-Z. Ok? Ok.

8. Mais música ruim. Se no camarote só tocava música eletrônica, na pista e dentro da arena só tocava funk. Quédizê, rico ouve house e pobre ouve funk. Aonde esse mundo vai parar? Bem aí nessa hora me deu uma saudade imensa de ouvir o playback da Leilah Moreno. Só digo isso.

9. Gente dando PT às 2 da manhã. Ô, minha flor, qual o nível de sangue no seu álcool? Garotão, o que é que você tá bebendo? Álcool 75%? Ai, sério. Não tenho saco pra gente bêbada. Vamos aprender com a titia Marla que deu PT quando tinha 20 aninhos. Bebeu um copinho da água que passarinho não bebe? Então agora bebe um de água purinha, purinha. Hidrata esse corpinho que deus te deu, que você mantém a R$ 300 por mês na Athletics e que quer desfilar num traje minúsculo na festa da fantasia.

10. Nêgo com as abordagens mais erradas EVER. Meu filho, pegar pela cintura, perguntar o meu nome e tentar enfiar essa língua na minha boca não faz de você um Don Juan. Faz de você um babaca completo nível 10. Contei, sei lá, uns sete atentados contra a minha pessoa desta exata maneira. Isso porque eu estava acompanhada de um amigo. Quédizé, imagina se eu estivesse só com as amegas?

11. Enquanto as fantasias do camarote estavam bonitas, as da pista estavam uó. O que nêgo investiu em convite pra entrar, descontou do material usado pra fabricar a roupitcha. Não sei nem como dormi à noite depois de tanta aberração.

12. Falta de comunicação entre os organizadores e fiscais da festa. Quando cheguei, a mina colocou no meu braço uma pulseira preta, escrita IMPRENSA, e disse que eu teria acesso a todo e qualquer lugar dentro da festa. Ok? Ok. Daí saí do camarote e fui pra pista. Quando voltei pro camarote, o que acontece? O fiscal impede a minha entrada e diz que minha pulseira não vale nada. "Amigo, é imprensa, a gente tem acesso a tudo aqui dentro". Sem a pulseira amarela do camarote, não entra - ele me disse, de uma forma grosseira e quase me expulsando do local. Não vou nem citar quantas vezes eu tentei explicar amigavelmente o que estava acontecendo pra ele me dizer quase me xingando que eu não ia entrar e pronto. Ele sequer aceitou se dar ao trabalho de ligar pra algum superior. Resultado? Tive que sair da festa e buscar novamente o mesmo portão pelo qual eu tinha entrado pela primeira vez para tentar voltar ao camarote. Encontrei a mesma mina e expliquei a situação. Ela se desculpou imensamente e nos deu as pulseiras amarelas. Mas olha, DESAGRADAR A IMPRENSA QUE VOCÊ CONVIDOU PRA FESTA NÃO É BOM NEGÓCIO, NÃO, VIU?

13. Pra ter um nível de comparação. Na festa de aniversário do PH, na casa dele, eu cheguei às 21h e fui embora às 7h30 só a casca do ovo. Suada, destrambelhada e com o corpo todo dolorido de tanto dançar. Na festa da fantasia eu cheguei à meia-noite, queria muito ir embora às 2h e dei fim na palhaçada às 5 da manhã, em consideração ao amigo que eu tinha levado. Nessa hora eu nem tinha suado ainda, quase não dancei e meu cabelo estava preso pra valer - mas já tinha perdido os cachos. Quédizê, faça as contas da diversão.

Nós e os sandubas Burger King: ponto alto da festa

Agora as coisas boas, vá:

1. A companhia do Negão, que é sempre divertida.

2. Palmas para o casal Simpson, Homer e Margie, que deram um baile no quesito fantasia e foram - de muito longe - os mais originais de todos os ambientes da festa.

3. A comida e a bebida. Tudo quentinho ou geladinho, do jeito que deve ser. Gostoso e bem servido, sem mimimi. Ponto alto: sandubão do Burger King e torta gelada, também do Burger King. Tinha uns restaurante lá, mas enfim, quis não.

Agora pesem aí os prós e os contras e façam as suas apostas para quando eu alguma vez na minha vida voltarei a esta maldita festa.

05 abril 2011

O Twitter no Jornalismo


O tal microblog me conquistou ali no finalzinho de 2008, início de 2009, quando tive que me acostumar com a ferramenta para postar matérias do Vestibular Brasil Escola, quando eu lá trabalhava. De lá para cá, o vício só piorou. Mesmo porque muita gente boa passou a utilizá-lo, evidenciando que a plataforma não tinha nada de complicada.

Pois bem. O Twitter virou fonte de notícias para jornalistas e era óbvio que todos nós ficaríamos um tanto dependentes do microblog. O problema é que agora as empresas têm percebido o quanto as pérolas de 140 caracteres podem dizer sobre si, por meio ou não de seus funcionários. E jornalista é aquela coisa, né? Você assinou a reportagem, alguém te reconheceu pelo nome... pronto! "Sub-celebridade". E da noite para o dia vários milhares de novos followers.

Essa semana dois jornalistas foram demitidos - um da Folha de S. Paulo e outra do Agora - por expressarem opiniões que, a meu ver, não tinham nada de novidade. Eis o diálogo, assim como foi publicado na coluna da Ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer:

Repórter da Folha: "Nunca um obituário esteve tão pronto. É só apertar o botão."
Repórter do Agora: "Mas na Folha.com nada ainda... esqueceram de apertar o botão. rs" (risos)
Repórter da Folha: "Ah sim, a melhor orientação ever. O último a dar qualquer morte. É o preço por um erro gravíssimo."





O repórter da Folha é Alec Duarte (@alecduarte) e a repórter do Agora é Carol Rocha (@CarolinaRocha). Vamos aos fatos. Quem é que hoje, nesse mundo, ainda não sabe que os obituários de todas as personalidades de grande relevância já estão prontos? Não fique dodói, amigo. A gracinha da Hebe, o Oscar Niemeyer, o Sarney e até mesmo Boris Casoy já devem ter lá numa gaveta de todos os jornais um obituário prontinho, apenas com espaços para "morreu em __/__/__".

E outra: quem é que não se lembra mais da Folha dando "em primeira mão" - e erroneamente - que o senador Romeu Tuma havia falecido? Eles reconheceram o erro, mas o assunto virou tabu dentro da empresa. Pergunto eu: o diálogo dos dois jornalistas era motivo suficiente para a demissão de ambos? Tenho cá as minhas dúvidas. 

A verdade é que eles não foram os primeiros (lembram do fotógrafo que foi demitido por dizer no Twitter ""Enquanto os porcos não se decidem poderiam mandar mais lanchinhos e refrigerante para a imprensa que assiste ao jogo do Timão na sala de imprensa"?) e nem serão os últimos. Convoco todos para o debate. E quem quiser ler mais, vai aqui o link do blog da Carol Rocha sobre o episódio: http://veneno-antimonotonia.blogspot.com/2011/04/agora-sim-prontofalei.html
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