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15 março 2018

Minha terrível experiência com o DIU Mirena


Vou fazer um favor a um bocado de mulheres e dizer para vocês que chegaram aqui porque estão pensando em colocar o DIU Mirena: REPENSEM. Eu queria muito ter lido um post como esse antes de ter tido a brilhante ideia de fazer isso com o meu corpo, que carrega as consequências dessa decisão até hoje.

Segue o relato.

Desde meus 18 anos eu uso anticoncepcional e nunca tive nenhum desses problemas tão comuns a tantas mulheres, como espinhas, ganho de peso, alteração de humor etc. Pra mim sempre funcionou bem e depois de uns quatro ou cinco anos de uso, minha ginecologista disse que tudo bem se eu não quisesse mais menstruar e tomasse cartela contínua. Trocou pra Elani 28, que é feito justamente pra ser tomado sem interrupção e foi sucesso.

Ano passado comecei a repensar a história do uso do anticoncepcional por uma razão prática. Como eu vou me mudar para a Inglaterra e lá não se compra anticoncepcional na farmácia como aqui no Brasil, achei que era muito trampo ir a uma unidade de saúde todo mês pra poder pegar uma cartela nova e pensei: que fantástica ideia seria inserir um DIU hormonal.

Conversei com minha ginecologista por quase uma hora e ela falou que em 95% dos casos as mulheres paravam de menstruar (assim como já era comigo com as cartelas contínuas) e todo o medo que eu tinha de ter um AVC causado por anticoncepcional seria diminuído porque o hormônio é aplicado in loco, então praticamente não vai pra sua corrente sanguínea. Além de tudo, a duração do mesmo era de 5 anos, o sistema de saúde inglês usa a mesma marca e faz a troca gratuitamente.Tem alguma contraindicação? O que pode dar ruim? "Levando em consideração o seu histórico médico, nada".

Sim, essa foi a resposta que eu recebi. A mulher cuida de mim há tantos anos que confiei. Desconfiando, é claro. Fiz muita pesquisa na internet, fui atrás de relatos, de casos que tinham dado errado etc. Só encontrei casos de sucesso.


A inserção


Em fevereiro de 2017 meu plano de saúde cobriu todo o procedimento (com exceção da anestesia, que custou R$ 200) e a médica inseriu o DIU. Assim que eu saí da clínica e o efeito da anestesia passou, eu comecei a sentir cólicas horríveis. De lá já passei na farmácia e comprei um remedinho potente e segui dirigindo pro trabalho. No meio do caminho as dores ficaram tão fortes, tão horríveis, que eu tive que mudar o percurso e ir pra casa.

Meu útero passou o resto do dia tentando "parir" o DIU. Sim, a sensação foi essa mesma, de expulsão. Eu, que nunca tive problema com cólica na vida, achei que estava perto da morte, mas segui firme porque a médica disse que isso era esperado. O remédio só fez a dor ficar suportável, mas eu fiquei imprestável um dia inteiro.

Os primeiros sintomas


Eu tive sangramento por 23 dias seguidos depois da inserção do DIU - também esperado, segundo minha médica. Cheguei a pensar que o DIU havia se deslocado e não estava mais fazendo efeito, hipótese refutada pela médica, que conferiu que tudo estava no lugar certo. Eu também sentia cólicas que vinham do nada e iam embora do nada também. Meu humor se alterou loucamente (leve em consideração que havia pelo menos oito anos que eu não sofria com TPM) e minha depressão voltou.

Não bastasse isso, minha pele, que sempre foi impecável, começou a sofrer com uma coisa que eu não sabia bem como descrever. Não era espinha, mas ficou caroquenta, como se eu estivesse com alergia de alguma coisa. Meu cabelo, que já caía bastante, passou a despencar desesperadamente, a ponto de eu ficar com umas entradas dos lados. Comecei também a me sentir inchada e a ganhar um peso que não fazia sentido, já que eu estava cuidando direitinho da alimentação e dos exercícios. Ah, e claro, o que as meninas chamam de "sensibilidade mamária", que eu traduzo como: os peitos incham e doem. Doem muito.


A confusão


Um mês antes de colocar o DIU eu um tratamento pra hipotiroidismo recém-diagnosticado e quando fui à ginecologista reclamar dos sintomas que eu estava sentindo, ela disse que era tudo culpa da tiróide e que a dose da medicação precisava ser alterada, que eu deveria me consultar novamente com minha endocrinologista.

Volto eu à endocrinologista, que pede uma pilha de exames e já avisa de antemão que todos os sintomas que eu estava sentindo eram hormonais, mas não da tiróide. Encontramos a dosagem correta do medicamento, minha tiróide estava controlada e ainda assim eu continuava sofrendo com todos aqueles problemas.

A viagem


Em maio eu viajei pra Inglaterra pra uma temporada de quatro meses. À época, eu tinha escapes que duravam 20 dias a cada mês. Meu cabelo já tinha caído tanto que teve sua estrutura alterada. Sempre foi um cabelo grosso, liso, pesado e brilhante. Ficou fino, sem forma, quebradiço e opaco.

As cólicas iam e vinham do nada e eu tive episódios horríveis de depressão em que eu nem conseguia sair da cama. Isso foi o que mais me abalou porque afinal eu estava feliz, com o companheiro que amo, vivendo uma época super tranquila e esperada. Até então, eu estava botando a culpa de todo o mal na tiróide, porque afinal, não tem nada na bula, na internet, na experiência de outras pessoas que me fizesse relacionar o que eu estava sentindo com o DIU.

Quem teve o estalo foi meu noivo, que conseguiu associar meus episódios de depressão em períodos repetitivos, quase sempre na mesma data, a cada mês. Já entendeu, né? Sim, meus hormônios do humor (vulgo TPM) se alteravam DE TAL MANEIRA que eu cheguei a acreditar que tava sofrendo de depressão de novo. E essa foi a gota d'água.


Uma nova pesquisa


Comecei a procurar no Dr. Google, então, apenas os meus sintomas. Cheguei ao blog de uma menina contando basicamente o que eu estou relatando aqui, toda a merda causada na vida dela desde que ela teve o DIU inserido. Muitos comentários se seguiam ao post, de mulheres também assustadas e revoltadas pelo que estavam passando e se sentindo totalmente desamparadas, sem um diagnóstico.

Foi ótimo ter encontrado essa mana, porque foi ali, lendo todos esses relatos, que eu decidi me livrar dessa nhaca. Voltei pro Brasil no fim de agosto e um mês depois consegui marcar com a ginecologista pra tirar esse trem do cão.

Balanço


Foram quase oito meses com o DIU, sofrendo de queda acentuada de cabelo, alteração hormonal grave (TPM comparada a depressão), sangramento de escape 20 dias por mês, aumento de 8kg (equivalente a 14% do meu peso total), pele muito mais oleosa e com espinhas e cólicas muito fortes, sem hora pra acontecer, além da dor nos peitos (chame aí de sensibilidade mamária se você quiser). Levem em consideração que eu nunca havia tido nenhum desses problemas em 31 anos de vida.

Agora já são seis meses desde que voltei pra pílula e o que melhorou instantaneamente foi minha pele, assim como as cólicas e sangramentos, que cessaram. A TPM e a sensibilidade mamária ainda levaram um tempo pra se estabilizar, mas não demoraram a desaparecer. Até o presente momento desci apenas 4kg na balança, o que significa que ainda faltam outros 4kg pra voltar ao meu peso normal (não fiz dieta nem aumentei a carga de exercícios). Meu cabelo, coitado, ainda sofre. Sinto que ele está começando a voltar à forma de antes, mais liso e pesado, mas ainda cai bastante e tem bastante frizz, que eu imagino serem os cabelos novos que estão nascendo.

Se você conferir a bula do Mirena, vai ver que nenhum dos sintomas que eu relatei está incluído nas possíveis reações causadas pelo medicamento. Mas se você comparar os meus sintomas com os das meninas que passaram a sofrer as mesma coisas desde que tiveram o DIU inserido, vão ver como tudo bate. Aqui tem ainda outro relato.

Meu objetivo com esse post não é fazer propaganda contra o Mirena, mas apenas oferecer um relato de uso e de reações que não foram informadas nem pela bula do fabricante nem pela minha médica. A escolha continua sendo da mulher. Mas ó: se sentir qualquer uma das coisas que citei, aconselho a tirar o dispositivo tão logo seja possível porque pra voltar ao normal demora muito, muito mesmo.

07 março 2018

Sobre casamentos e profissionais que não entendem nada de business


Estou noiva, com casamento marcado pra outubro de 2018 e, devo dizer, abismada com:
1. O atendimento que tenho recebido;
2. O preço exorbitante de absolutamente tudo relacionado a casamento;
3. A treta que uma festinha pode causar.

Vou ilustrar com acontecimentos reais pra atalhar a conversa. Meu noivo está na Inglaterra, eu estou no Brasil. Escrevi um email bem detalhado, explicando exatamente a minha paleta de cores para as flores da decoração e 6 fotos de arranjos que eu quero usar. Mandei cópia para todos os floristas da região e pedi para que me enviassem o orçamento de cada um dos arranjos. Sem mistérios, né?

Recebi orçamento de tudo quanto é preço e ainda dois emails muito curiosos. O primeiro dizia que não havia entendido bem, que seria necessário que sentássemos para conversar. Oras, se eu recebi outros orçamentos é porque certamente estava claro, não precisaria explicar nada mais. Descartado.

O segundo email exigiu que eu respondesse a um formulário antes que continuássemos qualquer negociação. Li o formulário. Continha exatamente o que eu já tinha colocado no email + o combo informações pessoais que não te interessam + a perguntinha do final cereja do bolo "Numa escala de 0 a 10 quão animada você está de ter a nossa empresa fazendo a sua decoração?". Eu não tô de brincadeira.


Obviamente nem respondi. Daí passa uma semana e o indivíduo me manda um email alertando pro fato de que eu não havia respondido o tal formulário. Informei que já tinha resolvido a pendência das flores e não precisava mais dos serviços dele. Ele não ficou conformado, precisava responder:

"Mas como assim, estou muito surpreso com essa resposta porque você parecia muito interessada no nosso business."

Fui educada, respondi que enquanto ele criava complicações para me passar um orçamento, outros profissionais já haviam resolvido meu problema. Ele não se deu por vencido e me mandou esse último email, para o qual nem resposta dei: 

"Preço por preço, você encontra isso no nosso site, evita que todo mundo desperdice tempo."

Amigos empreendedores, vamos deixar uma coisa clara aqui: são vocês que precisam dos clientes, não o contrário. Isso posto, sigamos adiante... Vamos agora aos profissionais que acreditam no seu peixe, mesmo vendendo um peixe milionário.

Achei um arranjo para o cabelo no site Etsy, produzido manualmente por uma designer da Nova Zelândia e vendido por R$ 800. Achei caro, porque, afinal, estamos falando de um treco pro cabelo que você vai usar uma ÚNICA VEZ NA SUA VIDA. Nada contra quem ache que tá barato, que vale sim, que é o preço do trabalho da moça etc. Tá liberado gastar seu dinheiro como lhe convier, porém eu acho muito caro e não pago, não. Enfim...


Comecei a procurar na minha cidade alguém que tivesse um modelo parecido ou até mesmo que se dispusesse a criar algo inspirado no design da moça neozelandesa e achei uma! O atendimento começou pelo instagram e a moça foi super profissional, pegou meu telefone, conversamos e ela disse que tinha uma peça parecida, mas que poderia confeccionar uma do jeito que eu precisasse.

Curiosa, pedi que me enviasse a foto da peça que ela já tinha à disposição e também o preço, pra eu avaliar se cabia no meu orçamento. Qual não foi a minha surpresa quando ela me contou que a peça custava a incrível quantia de R$ 2,4 mil. Agradeci e gentilmente avisei que a proposta dela estava muito além do meu orçamento. Meu vestido custa R$ 600 e eu já acho o maior dos absurdos!

Fico aqui no limbo do questionamento: as empresas cobram o que querem por itens de casamento porque as noivas pagam qualquer coisa ou as noivas pagam qualquer coisa porque não há preços melhores? Eu acho que pra tudo há jeito nessa vida e, olha, não pago, não. É só uma festa. Parem com essa glamourização.

Quanto ao item 3, eu vou ser mais objetiva: mantenha sua família longe dos preparativos do seu casamento. Não são eles que sabem o que é o melhor pra você. Quem sabe disso são você e seu noivo. Deixe o povo espernear, deixe o povo brigar, te chamar dos piores nomes. O casamento é seu e a festa é para os noivos. Feliz de quem é convidado. Se sair gente reclamando, ria. Se você se divertiu, era isso que importava. Vamos de novo: a festa é para os noivos.
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