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05 abril 2011

O Twitter no Jornalismo


O tal microblog me conquistou ali no finalzinho de 2008, início de 2009, quando tive que me acostumar com a ferramenta para postar matérias do Vestibular Brasil Escola, quando eu lá trabalhava. De lá para cá, o vício só piorou. Mesmo porque muita gente boa passou a utilizá-lo, evidenciando que a plataforma não tinha nada de complicada.

Pois bem. O Twitter virou fonte de notícias para jornalistas e era óbvio que todos nós ficaríamos um tanto dependentes do microblog. O problema é que agora as empresas têm percebido o quanto as pérolas de 140 caracteres podem dizer sobre si, por meio ou não de seus funcionários. E jornalista é aquela coisa, né? Você assinou a reportagem, alguém te reconheceu pelo nome... pronto! "Sub-celebridade". E da noite para o dia vários milhares de novos followers.

Essa semana dois jornalistas foram demitidos - um da Folha de S. Paulo e outra do Agora - por expressarem opiniões que, a meu ver, não tinham nada de novidade. Eis o diálogo, assim como foi publicado na coluna da Ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer:

Repórter da Folha: "Nunca um obituário esteve tão pronto. É só apertar o botão."
Repórter do Agora: "Mas na Folha.com nada ainda... esqueceram de apertar o botão. rs" (risos)
Repórter da Folha: "Ah sim, a melhor orientação ever. O último a dar qualquer morte. É o preço por um erro gravíssimo."





O repórter da Folha é Alec Duarte (@alecduarte) e a repórter do Agora é Carol Rocha (@CarolinaRocha). Vamos aos fatos. Quem é que hoje, nesse mundo, ainda não sabe que os obituários de todas as personalidades de grande relevância já estão prontos? Não fique dodói, amigo. A gracinha da Hebe, o Oscar Niemeyer, o Sarney e até mesmo Boris Casoy já devem ter lá numa gaveta de todos os jornais um obituário prontinho, apenas com espaços para "morreu em __/__/__".

E outra: quem é que não se lembra mais da Folha dando "em primeira mão" - e erroneamente - que o senador Romeu Tuma havia falecido? Eles reconheceram o erro, mas o assunto virou tabu dentro da empresa. Pergunto eu: o diálogo dos dois jornalistas era motivo suficiente para a demissão de ambos? Tenho cá as minhas dúvidas. 

A verdade é que eles não foram os primeiros (lembram do fotógrafo que foi demitido por dizer no Twitter ""Enquanto os porcos não se decidem poderiam mandar mais lanchinhos e refrigerante para a imprensa que assiste ao jogo do Timão na sala de imprensa"?) e nem serão os últimos. Convoco todos para o debate. E quem quiser ler mais, vai aqui o link do blog da Carol Rocha sobre o episódio: http://veneno-antimonotonia.blogspot.com/2011/04/agora-sim-prontofalei.html

Um comentário:

  1. Thiago Arantes19/4/11 06:37

    Posso te contar uma coisa? NÂO foi erroneamente a morte do Tuma.

    E mais não digo porque mais não me foi perguntado.

    ResponderExcluir

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