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28 agosto 2009

Por que adoro matérias no campo

Eu sei que todos os meus amigos ouviram de mim as mais injuriosas lamentações a respeito dessa nova vida como correspondente em Jataí, no sudoeste goiano, onde tudo o que dá ibope é safra, colheita e grãos. "Como é que vou andar de salto alto nessa lama?", pensava eu, até que cheguei aqui. É, não dá pra andar de salto alto no campo, por isso, eu nem trouxe salto pra essa cidade. Na verdade, minha vinda para cá inclui acessórios bem simples: um sapatinho de boneca com salto mínimo pra cobrir políticos e afins, minha sandália super confortável da Mr. Foot, meu tênis velho de guerra e uma bota, pra cobrir campo.
Meu horário "normal" de trabalho é das 14h às 19h e minha primeira pauta no campo exigia que eu estivesse na redação às 7h da manhã. Humor: bem mais ou menos. Daí, 45km de estrada de terra, comendo poeira. A pauta? A festa de Nossa Senhora da Abadia, na região conhecida como Comunidade da Onça. Ao chegar, percebi que o assunto tinha tudo pra render uma matéria literária, rica em detalhes e cheia de histórias tradicionais da fé de um povo em sua santa.
E foi aí que descobri que era possível ser feliz, muito feliz cobrindo coisas no campo. Gente simples, acolhedora, educada e muito, muito farturenta. Haja comida!! Super café da manhã, super almoço, super doces e super jantar! Afora danças, bebidas e alegria de pessoas que tinham entre 01 e 96 anos de idade.
Descobri também que essas são as pautas que mais rendem no jornal. Cortam pouco o seu texto, suas fotos ilustram a matéria e todo o seu "esforço" normalmente não é em vão. Dessa festa tive uma matéria publicada na edição de domingo, onde ainda foi possível salvar um pouco do literário que eu tinha escrito para essa história. A foto é chamativa, reproduz a fé do povo. E minha alegria foi das grandes, afinal, além de emplacar uma matéria no jornal (não, isso não é fácil. Fazemos inúmeras matérias que nem passam perto de ser publicadas), me satisfiz como jornalista. É possível ser feliz cobrindo coisas do campo. É possível ser feliz jornalismando longe de casa!
A todos, aqueeeeele abraço e minhas sinceras desculpas pela demora desse blog em funcionar. Continuo sem internet em casa e pela conversa da Brasil Telecom, vou continuar assim por um bom tempo. Como costumo chegar às 9h e ir embora da redação às 21h, sobra pouco, bem pouco tempo para voltar a me dedicar ao blog.

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