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18 março 2015

Resenha: The English Studio

Porta da The English Studio, na Bloomsbury Square (foto do Google Street View)

Escolher uma escola pra estudar inglês em Londres é uma incrível aventura que depende, basicamente, de dois pontos: quanto dinheiro você tem pra gastar e a reputação do lugar. Na minha primeira ida eu tinha grana e pude bancar uma escola que eu achei fantástica e super indico, a St. Giles. Inclusive, tem um post sobre ela aqui.

Dessa última vez, porém, a grana era curta, o período era longo e eu fiz o meu melhor escolhendo a The English Studio. Lembro-me de ter pesquisado muito, procurei diversas opiniões sobre a escola e confesso que não achei muita coisa que valesse. Com o budget lá embaixo e um desespero eterno por rotina, encarei mesmo assim. Mas não foi uma decisão acertada. Deixa eu te contar o porquê.

Primeiro que eu revirei o site de cabo a rabo e não tinha informações sobre que livro eles usariam para o curso preparatório pro CAE (Cambridge Advanced English Certificate). Mandei email com a pergunta e eles demoraram dias e dias pra me responder que: não tinham decidido ainda.

Uma foto publicada por Marla Rodrigues (@rodriguesmarla) em


Quando finalmente cheguei a Londres, fui lá fazer o tal teste de nível pra saber se eu poderia fazer esse curso especificamente. Olha, meu teste de nível no St. Giles levou uma manhã inteira e teve prova escrita e oral. Tava esperando algo nesse nível, mas não. A moça me entregou uma folha, mandou eu sentar num cantinho daquela sala lá mesmo e terminar em até meia hora. "O resultado será enviado pro seu email até amanhã à tarde". E eu WHAT? Só isso?

(((Vou dizer: isso nem é teste de nível, gente. Eu sempre tive a impressão de que na minha sala tinha um monte de gente que não deveria estar ali. E quando a turma não está no mesmo nível, os retardatários atrasam o resto da galera e me irritam pra caralh*: pronto, falei.)))

Três dias depois e nada de email, fui lá outra vez. Eis que a recepcionista da vez, que varia entre espanhola, italiana e russa (não, não tem ninguém com inglês como língua materna), me informa que a pessoa que corrige os testes de nível esteve doente nos últimos dias. Aí eu perguntei se numa escola gigante de inglês só tem UMA ÚNICA PESSOA qualificada pra corrigir um teste de nível. Acho que peguei pesado, porque ela foi atrás do diretor na mesma hora e me prometeu que o resultado sairia naquela tarde ainda.


Problema 1 resolvido, passei, beleza. Fui lá, então, pra fazer minha matrícula pra um curso de 10 semanas. "Ok, cadê seu visto de estudante?" Não, eu tenho visto de turista, pra 6 meses. "Então só pode 6 semanas de curso" Are you f*cking kidding me? Não, mentira. Não falei isso, mas que eu pensei, pensei. E aí depois de pagar por 6 semanas de curso basicamente o que eu pagaria por 10 (quanto mais tempo você estuda, mais barato sai o curso), fui lá ter minha aula experimental.

Imaginei que fosse ter mais de 20 pessoas na sala, pois essa é a reclamação básica sobre a escola, mas foi tranquilo, 12 alunos em um semi-círculo. Mas daí... Surprise: a professora tem um sotaque estranho. Ela deve ser da África do Sul, imagino. Mas aí ela falou uma coisa qualquer com uma pronúncia muito, mas muito equivocada e eu só pensava "suspeitei desde o princípio". Alguém menos discreto do que eu perguntou de onde ela era, ao que respondeu "Polish". Pois é, amiguinhos, a nossa fessora era polonesa (e no fim do curso chegou uma turca. Anram. Turca). Ela arrasava na gramática e no vocabulário, mas a pronúncia deixava muito a desejar. E puxa vida, eu tinha ido pra Londres justamente pra não ter que lidar com pronúncia errada de professores que não têm inglês como língua materna. E o curso preparatório pro CAE só perde em nível pro curso preparatório pro CPE (Proficiência), ou seja, não tem desculpa pra não usar um nativo.


Daí fui lá reclamar, ou melhor, solicitar que me encaminhassem pra uma turma com um nativo e a moça faltou rir na minha cara. Anram, aquela espanhola. Vou parafrasear: "Meeeeenha feeeelha, você viu algum nativo trabalhando nessa escola? Pois é. É o que tem pra hoje". Aí olhei o extrato da minha conta bancária, suspirei, engoli a raiva e resolvi encarar a parada assim mesmo, afinal - aprendam pra vida - aprendizagem inclui 90% de esforço do aluno e 10% de competência do professor. Beijos do minuto de sabedoria.

Daí que tirando a parte de ter um espanhol muito sem noção na minha sala (nível ele merece um post só pra eu poder reclamar dele), as aulas transcorreram bem, a fessora tinha muita boa vontade em ensinar as coisas mais cabeludas da prova e tal. Depois eu vou fazer um post pra falar como é a prova do CAE, mas até lá fiquem sabendo que... fui aprovada. Então, resumindo: o curso serviu pro meu objetivo, mas eu não indicaria essa escola, não. E vocês, tem escola pra indicar (ou pra NÃO indicar)?

11 março 2015

Chá com leite (ou leite com chá)


Que os ingleses adotaram o consumo do chá centenas de anos atrás e influenciaram boa parte do mundo com isso vocês já sabem. Novidade mesmo é que adotei o hábito de tomar chá e agora estou mais viciada no cuppa do que vocês no seu café. O fato de eu estar abismada é que eu achava que não traria esse costume pro Brasil por razões de: calor pra cacete. Mas não, tô aí firmona nos meus 4 cuppas diários, sendo: um quando acordo, dois durante a tarde e outro quando chego em casa.
  

Mas Marla, que trem mais sem noção você tomando 4 xícaras de chá por dia num calor de 30 graus nessa Goiânia! Peraí, vamo arrumar essa frase. São quatro xícaras de chá Earl Grey com leite e sem açúcar. Pois é, taí outra coisa que mudou no meu paladar quando fui pra Inglaterra: lá nenhum doce é muito doce e nenhum salgado é muito salgado. Pra brasileiros, tudo parece meio sonso, mas eu me acostumei e acho ótimo pois cortei açúcar e adoçante pra essas bobagens de chá, suco e derivados, ao mesmo tempo em que reduzi o sal da comida e não morrerei de hipertensão (meu médico manda beijos). 
 
Minha caixa de chá e parte da minha coleção de carrosséis

Na minha primeira visita à Inglaterra, em 2013, eu nem dei bola pro tal do chá porque lá era primavera e eu achei que tava quente demais pra isso. Daí que um pouco antes de ir embora dei uma passada no castelo de Windsor (para ver o post sobre o danado basta clicar aqui) e comprei umas latinhas fofas, entre elas esta azul lindona (para ver o post sobre minha coleção de latinhas e bibelôs, clique aqui):
 
Uma foto publicada por Marla Rodrigues (@rodriguesmarla) em

E o que é que tinha nessa lata? Chá da rainha. Mentira. É chá preto mas eu chamo de chá da rainha porque acho que orna com a lata rs. Esta tal lata ficou lá enfeitando minha cozinha uns bons 6 meses sem que eu sequer olhasse pro seu conteúdo. Até que um dia eu resolvi que ia tentar fazer scones e nada mais óbvio do que fazer um chá inglês pra acompanhar. Resumidamente, uma maneira de tentar embalar meu coração que sofria de saudades da terra da rainha (cês ainda não se acostumaram que eu chamo o Reino Unido assim?!).
 
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O tal chá é um negócio levado tão a sério lá na Inglaterra, que eu não queria correr o risco de fazer errado e aventurei-me na internet pra ver de qual que era a preparação do dito cujo. Pois bem, depois de muito pesquisar, entendi que é assim:

1. Ferva a água
2. Coloque um saquinho de chá preto (atenção: chá preto NÃO é chá mate) pra cada xícara e um extra pro bule
3. Deixe em infusão de 2 a 4 minutos
4. Coloque um dedo de leite frio na xícara e complete com o chá do bule

Meu kit de fazer chá com a cara da riqueza

Pronto. Delícia. Ganhei até um bule da amiga (brigada, Tati!) pra praticar o ritual do chá com sucesso e me mantive assim até a minha última visita à rainha, em setembro/2014. É que a casa que eu aluguei não tinha esses paranauê de bule etc, eles usavam a chaleira elétrica pra esquentar a água, deixavam o saquinho em infusão, tiravam com a colher (porque chá inglês não tem essas frescuras de cordinha) e completavam a caneca (nada de xícara!) com leite frio e era isso aí. E eu só pensava meu deeeeeuss, que sacrilégio com o ritual do chá. Durou uns 3 dias issaê. Agora eu tenho minha própria chaleira elétrica aqui em Goiânia e é assim mesmo que eu preparo o chá.

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Nossa, mas não era o leite antes do chá? Agora é o chá antes do leite? Olha, se quiser puxar assunto com inglês é só perguntar qual a maneira certa de fazer isso. Inclusive, é quase tão eficiente quanto discutir como está o tempo hoje. Resumindo: não tem certo não. Experimenta os dois, vê o que te apetece mais e pronto, é isso aí, bola pra frente.

Mas então, todo esse blablablá é pra tentar entender por que fiquei tão apaixonada no chá. Eu amo o gosto do chá, mas eu já percebi que o ato de tomar chá tem a ver com um conforto mental. Ai, Marla, que sem noção dizer que um negócio com cafeína te traz conforto mental. Olha, psicólogos explicarão, eu só relatarei.

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O primeiro chá do dia é colocado do lado do meu puf na sacada do apê, enquanto faço minha leitura matinal. Que jeito de começar o dia, amigos. Os outros dois são no trabalho, momento em que eu dou um tempo das pressões e irritações. Aqueles 15-20 minutos são deliciosos, chego a me transportar dali, sei nem explicar. Inclusive foi enquanto eu tomava meu chá no trabalho que tive a ideia do post. E o chá final (às vezes substituído pela cider que consegui comprar online - woohoo!!) tem gosto de missão cumprida: venci o dia.
 
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O que é que tem no seu cuppa?

Lá na Inglaterra se você pedir um chá, eles vão te servir um kit com: bule com Breakfast Tea, uma xícara e uma mini leiteira com leite frio. Porque chá no UK, meus senhores, é chá preto, ponto final. De acordo com dados do ~Google~, o Earl Grey é um chá preto misturado com outras especiarias e tem um sabor mais suave. O Breakfast Tea é chá preto puro e é mais forte que o primeiro citado. Por fim vem o Irish Breakfast (que eu nunca nem vi pra vender em Goiânia), feito com folhas de Assam, uma plantinha da Índia que deixa o sabor do chá bem forte.

Eu não tenho muita frescura com marca, mas me acostumei com o Earl Grey e tomo o da Twinings, mas se não tiver no mercado eu não me abalo e compro outro chá preto qualquer. Outro que agora não fico sem é o chai orgânico vendido no Borough Market. Depois que achamos a mulher no Facebook e ela disse que despacha pro Brasil, fechou o esquema da felicidade. É um bom sem tanto! Acho melhor até que o chá preto tradicional (que os ingleses não me ouçam, amém!).

No cantinho da direita o pacote do chai maravilha do Borough Market

Dica de ouro: se você estiver indo pra Londres e curtiu toda a parada do chá, sugiro uma passadinha na loja da Twinings, que fica no número 216, Strand, entre as estações de Holborn e Temple. Ela é pequenininha, está sempre cheia, mas não se abale, a experiência vale a pena. Lá você pode experimentar todos os chás da casa (pois é!), além de uns cafés especiais, e foi assim que eu saí com minha caixinha de chá sabor salted caramel green tea. yummy! Inclusive, você pode comprar uma caixa e encher com todos os sabores do universo, o que é maravilhoso!

E você? Toma um chazinho vez ou outra? O que é que tem na sua xícara?
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