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19 fevereiro 2014

A linda e bucólica Cambridge


Com o tempo curto pra conhecer toda a Inglaterra, tive que perguntar à minha hostess se eu deveria ir a Oxford ou a Cambridge. Ela não teve dúvidas. E depois que voltei, não tive dúvidas também. Cambridge é uma pequenina cidade universitária que parece ter saído de um dos quadros de Monet. Paisagem bucólica, colorida de verde, roxo e amarelo pálidos.


Meu passeio bate-volta tinha como objetivo admirar a paisagem do local e conhecer um pouco sobre a história da cidade e da Universidade de Cambridge, que praticamente se confundem. Devo dizer que a cidade tem uma vida cultural agitada, afinal, está cheia de jovens estudantes. Mas eu fiz um passeio de vovó, contemplando tudo com minha amiga Annica.

Saímos de trem de Kings Cross e chegamos em Cambridge mais ou menos 1h30 depois. A passagem custa em torno de £14 ida+volta. Na estação ferroviária alugamos uma bicicleta por £10 pelo dia todo e fizemos o percurso até o centro na magrela. Foi bom apenas porque foi uma coisa diferente, mas não foi nada prático ou barato e, definitivamente, não aconselho. Se você for andando até o centro leva uns 30 minutos, e se for de táxi custa umas £8.



No centro do centro é muito complicado pedalar por causa da quantidade de gente e por fim decidimos largar a bicicleta de lado e fazer tudo à pé mesmo. Logo na entrada encontramos uma feirinha a céu aberto e uma das barraquinhas era de "amostra grátis" de todas as comidas que se vendiam por lá. E foi nesse momento que me apaixonei sinceramente pelo pesto vermelho.


Nós nem estávamos com fome, mas tudo era tão maravilhoso que decidimos comprar umas coisinhas pra fazer um piquenique. Na feirinha compramos pão italiano, um pedaço de queijo (lembra parmesão), azeitonas temperadas, pesto vermelho e tradicional. Não lembro exatamente quanto ficou tudo, mas pra nós duas não passou de £10. Resolvemos completar com uma caixinha de morangos e 2 garrafas de cider do Marks & Spencer que tinha ao lado. Um lindo parque verde logo a uma quadra dali foi o cenário da nossa comelança. O prazer desta refeição está vivo na minha memória até hoje. Uma delícia inenarrável.

Na feira ainda encontrei macarons e gingerbread!!

Eu e Annica de palhaçada depois de encher a pança!

Depois do almoço nos perdemos um pouco em meio às ruas com esse estilo gótico nas construções. Eu amo os gárgulas, e vocês? As igrejas e universidades tem o estilo gótico, mas as construções residenciais se aproximam mais do estilo vitoriano.

Gárgulas

Nessa parte ainda dava pra pedalar


Rua em Cambridge

Kings College
Caminhando até o Kings College, o mais famoso prédio da Universidade de Cambridge, fomos abordadas por uma dessas equipes que faz o walking tour. Como eu não sabia muito sobre a cidade, achei uma boa e topamos. Custou £7 pra cada uma (mas eu sei que tem grátis, viu, gente? procurem antes de chegar lá!) e a nossa guia, que tem Mestrado em Cambridge (ui!), nos acompanhou pelos principais prédios históricos da cidade e em praticamente todos os colleges. Achei que valeu muito a pena.



Detalhe do Kings College

Na parede do The Eagle, a lembrança da descoberta do DNA
Outra chateação que tivemos com a bicicleta é que tínhamos que devolvê-la em uma espécie de garagem às 17h ou pagaríamos £50!! Por isso, tivemos que abandonar a guia um pouco antes do fim do passeio e correr - literalmente! Depois de nos livrar deste pesadelo, resolvemos tomar uma pint no The Eagle, um dos pubs mais antigos da cidade e onde Watson e Crick anunciaram a descoberta do DNA. Taí uma coisa que a gente só ficou sabendo por causa do passeio guiado.

Outro passeio bem característico é a volta de gôndola. Com o custo de £12 o moço rema rio abaixo e você vê todos os colleges que estão à margem do Rio Cam. É romântico e bucólico, mas como a gente já tinha visto à pé todas as coisas que viríamos na gôndola, acabamos achando o passeio dispensável. Para voltar à estação de trem decidimos dividir um táxi, que ficou em £8. Foi nessa estação que descobri que é possível colocar essência de menta no chocolate quente. Depois disso, fali comprando hot chocolat with mint no Costa. Slurp.

As gôndolas

Passeio bucólico rio abaixo
Resumindo: não vejo a hora de poder voltar a Cambridge pra um passeio despretensioso e, se tiver sorte, conhecer a casa de chá que vi no post de alguém que já não me lembro mais. Você já foi a Cambridge? Tem algum passeio pra sugerir? Ficou com vontade de ir? Me conta aí nos comentários!

18 fevereiro 2014

London street fashion: eu usaria


O English Bun é meio "ai, acordei feia, vou fazer um coque e ser linda"
Esses dias eu estava procurando na internet como fazer o coque inglês que eu tanto vi enquanto estive em Londres. Daí acabei encontrando outras coisas que me deram um comichão fashionista. Mentira. Apesar de ter várias amigas que são ligadas em moda, eu entendo zero. Meu estilo é "gostei, vou usar". E obviamente não obedeço nenhum padrão. Tem dia que saio retrô, em outros basicão. Mas daí puxei umas fotinhas do Google pra mostrar umas coisas que vi em Londres e que eu super usaria. E vocês?

Esse é um dos estilos que mais uso: meia calça com
sapatilha (ou bota) e vestido curto + casaquinho
Adoro cintura marcada, mas esse tipo soltinho, com uma
coisa em cima da outra, também faz minha cabeça

Botinha sem salto, vestido de bolinha e cachecol: usei demais e amo
De novo a misturinha: bota curta, meia calça, saia/vestido curto.
E sou louca por chapéus, acho um charme
Esse mais comportadinho, com golinha retrô: adoro!
Eu vi MUITA gente usando esse lencinho de cowboy, que acho maravilhoso.
Mas nunca consegui fazer ficar bom em mim
Tirando o tênis, eu usaria tudo. Bolsa de franja, saia curta, jaqueta
preta, olho de gatinho e... topetão! Amo!!
Olha aí o coque de novo. Dessa vez mais elaborado. Elas usam uma espuminha que vende
na Primark e que eu me arrependo TODOS OS DIAS de não ter trazido pra mim
O estilo dos rapazes também me chamou atenção. Tá na moda usar essas
meias coloridas pra quebrar o sóbrio do conjunto. Eu adoro
Refresco pros olhos, né? Acho lindos, estilosos, desencanados.
Casaria com a da esquerda fácil, fácil. rs

Pra quem, como eu, não tem o diabo da espuminha pra fazer o coque inglês, aqui a Tiffany ensina a fazer com uma meia! É tão ridiculamente fácil que dá vontade de fazer todo dia! :)


17 fevereiro 2014

Londres x Paris


Recentemente, Londres desbancou Paris como cidade mais visitada do mundo e estou desde então pensando em escrever algo a respeito. Mas antes mesmo de pensar no texto já me deu um aperto no coração de pensar nos comentários que podem aparecer (como se alguém realmente lesse esse blog). Então já que eu já tô escolada quanto a discordar das coisas que todos amam (leia-se: Festa da Fantasia), vou deixar claro já no primeiro parágrafo que o que se segue diz respeito apenas à minha opinião enquanto observadora nas cidades de Londres e Paris.

Obviamente vocês já sabem que Londres é minha favorita em 100% dos quesitos, mas não custava nada vir aqui escrever, já que eu estava à toa e lembrei que o blog é meu, eu falo o que quiser etc. :) Mas gennnnnte, tá liberado gostar mais de Paris, acho ótimo inclusive que você vá pra lá e fique pra sempre. ryzos ryzos Eu juro que sou legal, não me levem a sério.

Pois bem, vamos lá:

Super true!

EDUCAÇÃO. Eu não sei que tipo de formação ou treinamento os ingleses recebem, mas é fato que eles são as pessoas mais educadas que eu já conheci. O povo é educado pra tudo e eles levam tudo isso de ser polido muito a sério. Eles são tão educados que eu achei até que o atendente do restaurante tava afim de mim. E quando cheguei a Londres tinha a certeza de que era o universo conspirando a meu favor. Eu não cheguei a ser maltratada em Paris, ao contrário de muitos dos meus amigos que já visitaram a cidade. Mas daí dizer que parisiense é educado... nossa tem um gap aí duns 200 anos, no mínimo.

LIMPEZA. Acho que está diretamente ligada ao fator Educação. As ruas e calçadas de Londres são incrivelmente limpas e nunca vi um cocô de cachorro no chão. O mesmo não posso dizer sobre Paris. As ruas fedem a esgoto, estão sempre enlameadas e tem tanto cocô no chão que se alguém me visse andando de longe acharia que eu tava pulando Amarelinha. Dentre as top10 reclamações dos londrinos, há o fato de não haver cestos de lixo suficientes nas ruas, o que não os impede de carregar o lixo até encontrá-los. A mim parece óbvio que se eles reclamam, é porque eles estão procurando uma lata de lixo. Paris tem porqueira pra todo lado: papel, resto de comida... já disse cocô de cachorro????

Oxford Circus, em Londres

TRÂNSITO. Poucas vezes andei nos ônibus de Londres, então não posso falar com precisão sobre a questão de engarrafamentos, embora eles reclamem disso o tempo todo (e eu não tenha visto nenhum). Mas posso dizer que eles levam muito a sério a questão da preferência no fluxo. E em Londres, a preferência é do pedestre. Se você se aproxima de uma faixa de pedestres, todos os carros param. Você não tem que acenar, não tem que esperar. Você se aproxima de uma, os carros param. Lembro de estar assim meio distraída perto de uma faixa de pedestres (não era nem NA faixa) e os carros pararam pra eu supostamente atravessar a rua. E até onde me lembro, isso aconteceu duas vezes. Em Paris eu tinha pavor de atravessar a rua onde não havia semáforo. Faixa de pedestres my ass. Ninguém para se não tiver um semáforo vermelho dizendo que eles precisam parar. Certamente não porque pedestres precisam passar e sim porque eles têm medo de bater e estragar seu precioso carro.

CCTV em Londres

SEGURANÇA. Eu andava em Londres sozinha em qualquer lugar a qualquer hora e nunca me senti ameaçada ou com medo. Já fui pra balada sozinha; já voltei tarde da madrugada em bairros ermos; atravessei o centro de madrugada à pé; viajei pro interior e andava em qualquer lugar sem medo. A City of London, por exemplo, é completamente vigiada pela CCTV, o circuito de câmeras de segurança da Polícia Metropolitana. A criminalidade em Londres se resume, praticamente, a batedores de carteira. Em Paris eu tinha medo de andar de dia, imagina se eu me aventuraria à noite sozinha? Na Sacré Coeur foi o pior lugar, com aquele tanto de gente andando em bando tentando colocar uma pulseirinha no meu braço. Eu gritava "back off" tão alto, que eles não tiveram outra alternativa a não ser me deixar em paz. Mas foi tenso mesmo assim. Inclusive o tal golpe da pulseirinha é tão espalhado pela internet que eu não consigo entender como a polícia ainda não coibiu isso. Ou: por que não tem policiamento reforçado nos pontos turísticos da cidade?

A maçaneta do metrô parisiense (Eca!!)

METRÔ. Londrino adora reclamar do metrô. Eu até hoje não entendo o porquê. Eu acho o metrô londrino fantástico. Tem atrasos e interrupções esporádicos, mas eles te mostram como contorná-los. Recentemente houve greve e o sistema de transporte de Londres (TFL) me mandou email com o horário e dia da greve com 3 dias de antecedência, as linhas que funcionariam e quais as opções para as estações fechadas. Metrô está sempre limpo, tem zero pichações e todo mundo cede a cadeira pra todo mundo. Falar em tube, aqui os links pra um documentário supimpa sobre o metrô londrino ou ainda aqui e aqui para outras observações que fiz sobre o tube. Em Paris o metrô fede a xixi (inclusive vi um cara fazendo xixi num cantinho da estação) e a cecê (vulgo subaqueira), as portas do trem são MANUAIS (que ano é hoje, Paris?) e as pessoas discutem acaloradamente por causa dos assentos. Eu surfava no trem porque tinha nojo de encostar nas coisas e corria pra alguma porta já aberta pra poder subir/descer porque nem fodendo que eu ia pegar naquela maçaneta porca. Eca.

MUSEUS. O Wikipedia me disse que existem 240 museus em Londres contra 151 de Paris. Sendo que os mais importantes de Londres são gratuitos. Lembro que quando fui a Amsterdam, todas as explicações estavam também em inglês. Em Paris há museus em que a inscrição está apenas em francês. Se você fala ou não francês é problema seu.

DIAS CHUVOSOS. Em Paris chove mais por mais dias no ano. A precipitação é de 649.6mm no ano em 111.5 dias de chuva. Em Londres a precipitação é de 591.8mm no ano em 110.4 dias de chuva. Rá!

Champion (Bicicletas de Belleville) é um típico homem francês

Vincent Cassel também é um francês típico
STYLE. Os homens ingleses podem não ser um espetáculo de beleza, mas os que moram em Londres (independentemente da nacionalidade) estão de parabéns. Eles são fashion, cheirosos e, na maioria das vezes, estão de terno (Oh, God!). As mulheres usam maquiagem pesada, fazem penteados diferentosos e usam seus microvestidos no super frio (como elas dão conta???) e ninguém dá a menor bola. Moicano verde e 27 piercings no rosto? Who cares? Em Paris os homens são a cara do personagem principal do Bicicletas de Belleville. Olheiras, nariz adunco, corpo magro e cabelo ensebado. Essa é a imagem que eu tenho do francês padrão. Eu já disse que eles fedem e não lavam o cabelo? Roupas: os franceses fashion definitivamente não usam o metrô. E o dia que resolvi usar shorts em Paris foi o fim do mundo, parecia que eu tava com uma melancia na cabeça. Apenas morri de preguiça ideológica.

English breakfast: só para os fortes

COMIDA. Taí um item que MUITA gente vai discordar de mim. E eu devo estar errada mesmo, mas juro que comer fora em Paris foi um sacrifício inimaginável, nível já voltei chorando pra casa depois de não conseguir comer uma coisa horrível que me serviram mesmo estando desesperada de fome. Passei 15 dias na base do pesto vermelho + brie. Povo gosta de dizer que a comida inglesa é terrível. Não serei eu a dizer que é maravilhosa. Peixe empanado com batata frita, o incrivelmente calórico English breakfast, pudim salgado com molho... Realmente nada disso me fez cair de amores pela comida inglesa. Mas olha, se Paris tem a melhor comida francesa do mundo (nunca vi, nem comi, eu só ouço falar), Londres tem as melhores comidas de todos os lugares do mundo. E é barato. Quer thai? Tem. Quer chinês? Tem. Quer japa? Tem. Quer italiana? Tem. Quer árabe? Tem. E por aí vai. Inclusive, a melhor feijoada quecomi na vida custou 7 libras e dava pra duas pessoas, lá em Camden Town (Alô, pessoal do Made in Brazil, me manda um vale feijoada pelo post! Bêj!).

Se eu pudesse resumir tudo isso numa coisa só, eu diria que Paris tem todo esse "charme" do vintage e eu preciso morder minha língua pra dizer que gostei muito da região da Torre Eiffel. Mas acho que Londres também tem todo esse charme do vintage, porém com todas as vantagens do moderno. Acho que é isso que faz a diferença. Sem contar que quando você tem a sorte de ver sair o sol em Londres, não tem pra ninguém. Espelho, espelho meu, Londres é a mais linda de todas.

E você? Concorda? Discorda? Me odeia mais depois disso? Faz mal não, conta aí nos comentários!

12 fevereiro 2014

Coração com as mãos pra Londres e cuidado com os turcos


Dias atrás eu me peguei pensando no dia em que cheguei a Londres e me dei conta de que duas das coisas que me aconteceram nesse episódio deveriam ser postadas aqui: metrô e turcos.

Numa já quase esquecida data em maio do ano passado voei até o aeroporto de Brasília a fim de pegar a conexão a Lisboa que me levaria até Londres. Na capital federal chamaram pro embarque, a galera entrou, sentou e quando o avião já estava de portas fechadas, o piloto avisou a todos para descerem com suas bagagens de mão. Que alegria!!! #sqn Nos corredores, muito burburinho. Uns diziam que o avião estava quebrado, outros que uma passageira que havia sido furtada no aeroporto exigia que os voos não decolassem. Adoro essas bobagens.

Fato é que tinha alguma coisa errada no avião. Já contei que tenho medo de voar? Então. Essa é uma boa hora. Comecei a ter aqueles feelings de "é minha chance de não morrer nesse voo"; "esse avião quebrado vai cair no Atlântico"; "vou exigir me colocarem em outro voo" etc. O problema é que eu fiquei com esses feelings, mas não tive reação. Quando a TAM (ah, é. Pra piorar o medo, era TAM) informou do embarque imediato, duas horas depois de nos tirarem da aeronave, eu não tive tempo de pensar em alguma coisa e me enfiei no avião. E não morri, como vocês podem perceber.

Obviamente perdi minha conexão em Lisboa, mas fui colocada num voo 1,5 hora depois que eu havia chegado, então nem foi o fim do mundo. Já em Heathrow tive a sorte de simplesmente não ter fila na imigração e a moça me fez uma meia dúzia de perguntas e me liberou. As perguntas foram o que eu estava fazendo em Londres, quanto tempo ficaria, o que eu fazia no Brasil, por que eu não quis estudar inglês nos EUA (?????) e desde quando dá pra ir de Londres a Amsterdam de ônibus. Juro. Ela teve que perguntar pro atendente do box ao lado se isso era realmente possível (porque meu ticket de volta saía de Paris e ela ficou ligeiramente desconfiada). Alguém avisa a moça queexiste balsa? Obrigada.

FASE 1: O metrô

Já no desembarque você sai praticamente junto ao metrô. Comprei um chip de celular, que não funcionou (só 24 horas depois, quando eu já não precisava dele), e também um Oyster card. O pessoal do metrô foi extremamente solícito e me explicou como chegar a Southgate numa boa. Na verdade, APARENTEMENTE, não tem mistério. Você se enfia na Piccadilly Line, sai de uma ponta e chega à outra cerca de 1,5 hora depois.

Aí a danada da plataforma de Arnos Grove
Acontece que 1 hora e 25 minutos depois o trem parou em Arnos Grove, uma estação antes de Southgate. O trem parou, abriu as portas e eu fiquei lá dentro, obviamente, porque oeeeee não era minha estação ainda. Um moço muito solícito ao me ver lá, explicou que aquela era a última parada do trem e que eu tinha que descer. Mas mooooooooooço, eu tenho que descer em Southgate!!! E ele pegou minha mala e colocou no trem que seguia até lá. Coração com as mãos pra Londres #1

Northern Line
Então deixa eu explicar uma coisa pra vocês. No metrô de Londres não basta pegar o trem no rumo certo (Eastbound, Westbound, Northbound, Southbound), é preciso se ligar no nome que tá escrito na frente do trem se seu destino for mais comprido (como era o meu). Na Piccadilly Line, por exemplo, o trem pode ir até Arnos Grove ou até Cockfosters (insira sua piadinha aqui) e isso tá escrito no letreiro do trem AND nos painéis luminosos que avisam da chegada deles na estação. Na Northern Line, os trens se ramificam em Camden Town e podem ir pra Edgware ou High Barnet. Assim falando parece confuso, mas não é. Basta ter um mapinha do tube no bolso e tudo estará resolvido. Falar em mapinha, clica aqui pra acessar o mapa do tube e já ir se familiarizando com o danadinho.

Quando eu finalmente desembarquei em Southgate, precisaria ligar pra minha hostess ir me buscar, pois a casa ficava meio longe da estação. Logo em frente usei o telefone público pra ligar pra casa e só caía na secretária eletrônica. Tentei ligar várias vezes pro celular dela mas, por alguma razão que até hoje eu não sei qual é, não conseguia completar a ligação. Sem um táxi sequer por perto, fiz o que toda pessoa em sã consciência depois de passar 30 horas viajando faria: pedi ajuda (rááá!! Achou que eu fosse sentar e chorar, né?). Mas gente, era domingo à tarde, tinha ninguém na rua. Por fim uma mocinha apareceu e eu, com a melhor cara de gato de bota em apuros que eu podia fazer, pedi ajuda. "Moça, você me ensina a ligar pra um celular? Eu tô fazendo alguma coisa errada". O que ela fez? Muito bem, ela ligou do celular dela e me passou o telefone. Coração com as mãos pra Londres #2

A danadinha da hostess me disse que tinha ido a uma festa de aniversário, mas que me pegaria uma hora depois e que era pra eu esperá-la num café em frente à estação. Agradeci a moça pela gentileza de me emprestar o telefone e lá fui eu atravessar uma rua londrina pela primeira vez na vida. No chão está escrito LOOK LEFT. E depois LOOK RIGHT. Sabe, não tem segredo. Mas tenho certeza que nunca levei tanto tempo pra cruzar uma rua na vida, tamanho era meu medo de dar rata e ser atropelada.

FASE 2: O turco

Ao me ver atravessando a rua com a mala, o turco que estava dentro do café abriu a porta pra mim. Perguntou se eu precisava de ajuda e ao ouvir que era minha primeira vez em Londres, se ofereceu pra pagar minha primeira xícara de chá na terra da Rainha (Terra da Rainha: pq ser piegas é uma necessidade de vida).Coração com as mãos pra Londres #3

Papo vai, papo vem e 2 xícaras de chá depois, a moça do café pediu um milhão de desculpas e nos avisou que ela fecharia o lugar às 5 da tarde e que nós teríamos que sair. Pareceu rude? Certeza que ela achou que sim, pois me ofereceu 2 muffins pra viagem. Assim, for free. Coração com as mãos pra Londres #4

Daí o turco falou que pra não ficar na rua, eu deveria ir com ele pra loja de Fish and Chips que ele tem, logo ali na frente. E era do lado mesmo. Só que foi lá que o negócio foi ficando tenso. Depois de avisar a minha hostess sobre meu novo paradeiro, o tal do turco começou a me prometer mundos e fundos. Falei que meu celular não tava funcionando, ele se ofereceu a me emprestar um iPhone que ele não estava usando. Falei que estava pagando X libras pra ficar na casa da hostess, ele disse que tinha 2 apartamentos alugados pra estudantes e que eu poderia usar um quarto pra ficar. Detalhe: for free. Disse ainda que se eu estivesse com fome, era só passar na loja dele que ele fazia um fish and chips pra mim no capricho. For free.

Antes que ele me oferecesse qualquer outra coisa a mais, minha hostess finalmente chegou. Quando a esmola é demais, o santo de vocês também desconfia? Foi um alívio sair dali e, mesmo tendo nome, endereço, número e CPF da pessoa, eu nunca mais apareci na frente do turco. Depois conheci outro turco na escola de inglês e ele me falou que eles têm essa pequena obsessão por casamento. Daí vou morrer sem saber se o turco que eu conheci no café era um santo ou um obcecado. Moral da história (se você é mulher): beware of turkish men.

E você? Passou um apuro quando chegou em Londres? Me conta aí nos comentários!
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