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01 dezembro 2016

Sobre depressão e as voltas que a vida dá

Olhando o Thames e pensando "por que a vida tá tão ruim?"

Fim de ano, análises, promessas, enfim. Sabe como é. Senta que lá vem textão.

Hoje eu quero agradecer aqui um cara que eu nem me lembro o nome e que provavelmente jamais verei outra vez nessa vida. Mas ele tem uma importância surreal para a história que conto a seguir.

2014 foi um ano bem cagado na minha vida pessoal. Eu estava em frangalhos, achando que a única solução era me mudar pra Londres novamente. Então, me mudei pra Londres pra uma nova temporada. Só pra eu entender que nem mesmo Londres pra salvar aquele ano. Tava foda.

Foi lá, inclusive, que eu tive as crises mais loucas de ataque de pânico e pensamentos suicidas. Os três dias que passei em Edimburgo foram os mais terríveis de toda a minha bad. Na real eu achava que era bad, mas era depressão. E das graves. Isso foi um pouco antes do Natal e eu estava contando as horas para a virada do ano, para um novo começo, para uma mudança. Para alguma coisa que me tirasse daquele buraco.

Eu tinha ingresso para assistir aos fogos na London Eye, um espetáculo que eu sonhava há anos. Mas eu teria que ir sozinha e fiquei com muito medo de acabar fazendo merda. Uma amiga me convidou pra uma festa num pub. E achei por bem que era a melhor opção a se fazer.

Sou eu sorrindo e vivendo o pior dia de toda a minha temporada no Reino Unido (Edimburgo)

Fui e tava lidando bem com a situação. Tava joia. Tava me divertindo. Daí contagem regressiva, 4, 3, 2, 1 Feliz 2015 e... eu continuava me sentindo um lixo. Nem mesmo a esperança de um novo começo me atingiu naquele momento e num revés muito louco, caí num pranto nunca antes visto nos meus então 28 anos de vida. Corri para o banheiro, mas estava tão lotado que não dava nem pra se esconder e chorar.

Ainda fugindo dos amigos que estavam no pub, corri para a porta e o segurança dizia: "Se sair não pode entrar". Ao que eu dizia "só preciso de 5 minutos, eu fico aqui, do seu lado". E ele "se sair não pode entrar". O gerente da casa viu a treta e veio me perguntar o que havia, ao que eu, em meio a choro, soluços e fungadas, tentava dizer: eu só preciso de um canto pra chorar sem estragar a festa de ninguém.

O que aconteceu em seguida pode ter simplesmente salvo a minha vida. Ele colocou seu casaco em mim (ah, é, eu estava de vestido sem mangas num frio de zero grau) e me acompanhou pra longe da porta. Eu chorava e dizia que não era preciso, eu só queria um tempo fora dali. Ao que ele me respondeu "Vou ficar aqui com você, o tempo que for necessário". E eu chorei. E eu chorei muito. Eu chorei sem parar por uns 40 minutos. E ele lá. No frio. Dizendo que tudo ia ficar bem, que tava tudo bem.

Enquanto eu chorava, ele me contava que era gerente do pub, que era casado, tinha uma filhinha. Que gostava do pub, que o pessoal não fazia arruaças por ali. Me perguntou de onde eu era. Quando consegui falar que era brasileira, ele falou de futebol, de praia, de sol e de carnaval. Contou do seu time do coração, dos tempos dos hooligans, que Londres é muito louca. E eu chorava. Mas ele continuava ali, sem me apressar. Congelando no frio de zero grau.

Quando eu finalmente consegui me acalmar, ele falou: "por favor, me prometa que você vai buscar ajuda". E eu prometi.

O problema não é estar só. O problema é sentir-se só o tempo todo

Duas semanas depois do episódio, eu estava de volta ao Brasil. Pesquisei várias linhas terapêuticas e decidi que queria seguir a transpessoal, mas não achava ninguém que trabalhasse com isso em Goiânia (ou melhor, achei, mas era muito mais do que eu poderia pagar).

Um mês depois topei com uma amiga da faculdade que não via há anos. Ela me contou que havia desistido do Jornalismo e que agora dava aulas de yoga, que isso tinha mudado a vida dela. Sei lá por que, nem éramos próximas, mas contei do período que estava vivendo e ela me convidou para assistir sua aula (nunca mais deixei de fazer yoga desde então). Não bastasse isso, ela me indicou sua própria terapeuta, que além de seguir a linha transpessoal, cobrava um preço pagável pela consulta.

Lá se vão quase dois anos de terapia e uma mente muito, mas muito mais tranquila e feliz. Já passei perto de receber alta algumas vezes, mas uma treta ou outra sempre me seguram por mais um pouquinho. Porque a vida é assim, uma montanha-russa mucho loca. A diferença é como você lida com ela. A terapia é isso aí: ela não vai impedir que as merdas aconteçam, mas ela vai te dar uma base firme para passar por elas, muitas das vezes sem nem mesmo se sujar. Se estiver na vibe boa, então, sequer sente o cheiro.

Agora estou eu aqui, com as malas quase prontas para mais uma vez ver o ano virar à beira do Thames, assistindo aos fogos da London Eye. Numa circunstância tão completamente diferente de 2014. Com muitos amigos queridos por perto e um namorado incrível. Passei um bom tempo do dia de hoje pensando se eu estaria fazendo e concretizando esses planos, não fosse aquele cara lá atrás, morrendo de frio, se doando e me fazendo prometer que eu procuraria ajuda.

Depressão é coisa séria. É uma doença grave e TEM CURA. Procure ajuda. Não se cale. Não se esconda. Não faça piadinha com o tema, não lide como se amanhã fosse passar. E por fim, vou sempre me lembrar desse cara do pub, cuidando de uma estrangeira desconhecida, oferecendo seu tempo e seu casaco, transbordando de compaixão e empatia. Seja esse cara. Obrigada, cara.

13 setembro 2016

5 passos para ser um hóspede #daora

Helô, prefeita de Londres, me pagou uma jarra de Pimm's. Aceite (em todas as concepções possíveis)

Em minha última viagem pra Londres tive a incrível honra de ficar hospedada na casa de Martin e Helô (a.k.a. Prefeita de Londres). Quando me despedia deles, um dia antes de ir embora, ela me pediu "por favor" (vulgo #plmdds) pra fazer um post sobre como ser uma hóspede #daora. Obviamente ela teve que se explicar melhor, mas bora aí fazer em tópicos pra facilitar a vida das pessoas? Bora!

1. Go with the flow. Se sua anfitriã te diz pra ficar à vontade, fique à vontade. Ela te deu liberdade pra abrir a geladeira? Pra beliscar uma parada no armário? Pra entrar e sair a hora que quiser, incluindo aí chaves da casa? Mano, use as regalias. Sinta-se em casa. Não fique esperando ela adivinhar que você tá com sede, ou que tá com fome, ou que passou frio na última noite porque o cobertor não foi suficiente. Isso vai fazer com que sua estadia seja super #daora e vai facilitar pra caramba a vida da sua anfitriã. O contrário também vale. Se ela pede pra que você chegue até um determinado horário ou coma também em horários pré-estabelecidos, cumpra ou vá pra um hotel. Resumindo: escute o seu anfitrião.

2. Não abuse. Não é porque nêga te deu as chaves de casa que você vai chegar bêbada no meio da noite fazendo barulho e acordando a casa toda. (A parte até "chegar bêbada no meio da noite" tá tranquilo - chequei antes e depois do evento rs)

Se você abusar, sua anfitriã pode fazer essa cara aí de cima

3. Dê uma mãozinha. Não precisa faxinar a casa, mas não custa nada manter tudo em ordem, não é mesmo? É só você que está usando aquele banheiro e quarto? Sorte a sua. Mantenha a coisa toda organizada mesmo assim, ou pelo menos finja que tentou, vai. Tem nada mais horrível que dar uma passadinha na porta e ver toalha em cima da cama, roupa íntima espalhada pelos cantos, cabelo entupindo a banheira da coleguinha... E a regra "sujou, limpou" vale para tudo nessa vida #ficaadica

4. Aceite. Anfitriã quer te oferecer um jantar / um passeio / um livro / uma Pimm's :D, levante as mãos para o céu, agradeça e aceite (aceite, inclusive, que Deus te curte pacas pra te mandar uma anfitriã tão foda). Não fique nessa coisa chata - não, péra, IN-SU-POR-TÁ-VEL - do "ai, não quero incomodar". Ajude o anfitrião a te ajudar. A pessoa quer te dar amor, aceite. Não tá acostumado a ter amor na vida? Escolha amigos novos.

5. Agrade. A pessoa te convidou pra ficar na casa dela. Ela te recebeu com amor e carinho (e sorvete caseiro de Salted caramel!). Custa trazer um agrado? Custa nada. Pode ser um cartão postal da sua cidade, um chaveirinho fofo, um par de Havaianas (faz um sucesso no exterior, você não faz ideia!) ou o meu favorito: combo de docinhos brasileiros. Quer fazer o coração de um expatriado bater forte? Leve sonho de valsa ou paçoquita. De nada.

*** Dica Extra *** Saiba se virar. As pessoas têm uma vida. E às vezes, elas não podem pará-la pra te levar pra turistar. Peça dicas de como andar por aí e lugares bacanas pra visitar, mas não fique em cima do seu anfitrião esperando que ele te leve pra fazer as coisas. Um cadim de independência faz de você um adulto. 

Com essas dicas, te garanto que sua estadia será de sucesso (para você AND para seu anfitrião) e você ainda corre o risco de ser chamado várias outras vezes para ser mimado enquanto viaja. Não acredita? Veja por você mesmo, tenho provas, dorme com essa etc. Inclusive, aceito ser hóspede mundo afora. Me convida?!

Ênfase no "sua casa em Londres é fixa". De quebra, indico: comprem guia de Londres da Helô

07 agosto 2016

Curtinhas da viagem UK-Bélgica 2016

Vista do pub a partir de um café fofinho de Greenwich


 - Voar para Heathrow é basicamente a coisa mais cara do universo. Sério, as taxas de embarque/desembarque são literalmente as mais caras do mundo. Então, bem, viajar pra lá nem sempre fica barato. Pra mim o que funcionou foi comprar um voo Goiânia-Bruxelas-Goiânia e daí comprar passagens avulsas Bruxelas-Londres-Bruxelas. E ainda pagar um hotel pra passar a noite em Bruxelas. Tudo isso ficou R$ 1 mil mais barato do que comprar passagens Goiânia-Londres-Goiânia. Não é exatamente reconfortante saber que vc vai levar mais de 24h pra chegar ao seu destino, mas enfim, cês sabem. Sou mão-de-vaca e R$ 1 mil dá pra comprar muita roupa nova na Primark (e train tickets pro interior da Inglaterra/Bélgica #prioridades)

- Outra parte chata é que perdi muito na franquia da bagagem. Pra voos internacionais, é possível levar 2 malas de 32kg cada. Para voos dentro da Europa, a franquia é de voo doméstico: 1 mala de 23kg. Vou te dizer: isso não dá pra nada. Só na vinda, minha mala veio com 26kg (tudo bem que tava cheio de lembrancinha pros migos, mas mesmo assim), incluindo uma mala menor dentro dela. Ou sejE: quando a franquia diminuiu, eu tirei a mala pequena de dentro da grande e voilà, ela passou a ter 18kg e tudo bem. Daí vc leva a pequena como bagagem de mão e tá tudo certo (na British Airways, particularmente, vc pode levar uma mala de mão de até 23kg!!!). 

Uma foto publicada por Marla Rodrigues (@rodriguesmarla) em

- Se vc é passageiro mão-de-vaca, sabe que não existe essa de ir pro aeroporto/hotel/casa dos migos de táxi, então ter uma mala só te ajuda a subir e descer mala de metrô. Além do quê, todo mundo ajuda quando tô em Londres (sério. Nunca subi uma mala escada acima/abaixo em Londres. Nunca), bora ver como funciona na Bélgica.

- Treta do shuttle. Pq uma viagem que não começa com perrengue, não é uma viagem que me inclua, não é mesmo? Levei dias pra decidir em que hotel dormir em Bruxelas pq queria um lugar que oferecesse shuttle do e para o aeroporto em qualquer horário (eu chegava às 21h e tinha que estar no aeroporto no dia seguinte, às 5h30). O Golden Tulip (já tinha ficado no de Salvador antes) foi o único que me garantiu que oferecia o shuttle a qualquer hora do dia ou da noite. Bastava ligar pro hotel e eles mandariam o carro me buscar. Beleza. Desde que eu tivesse um telefone no aeroporto assim que chegasse, né? ryzos ryzos. Comprei um chip numa loja de revistas e o cara me garantiu que ele funcionaria imediatamente. Obviamente isso não aconteceu.

Desbloqueei o chip, liguei pra operadora e eles disseram que levaria até 4h pra funcionar. Fofos. Catei todas as minhas moedinhas de euro e fui pro telefone público (o famoso orelhão). O número que eu discava não funcionava por nada, dava inexistente. Uó. Depois de umas 4 tentativas, peguei uma pessoa qualquer à deriva e perguntei "Fia, comé que liga pra esse número?", e daí descobri que tinha que colocar o zero na frente. Pronto. Problema resolvido, pensei. PENSEI. Quando finalmente consegui completar a ligação, o telefone atendeu automaticamente e ficou na musiquinha até todo o crédito das minhas moedinhas acabar. Fuén. De volta à estaca zero. Perto da impaciência e do desespero. Daí me deu um clique. "Vou reiniciar esse celular. Vai que". E deu. O SENHOR SEJA LOUVADO, igreja aplaude de pé etc.

Ligo pro hotel e o moço me responde: vc acabou de perder o shuttle das 21h45. O próximo é às 22h25. Ou seja, não precisava de ligar pra pedir o shuttle, eles tinham horários pré-estabelecidos. Se a mulher que respondeu meu email tivesse mencionado isso, eu não teria: 1. precisado comprar o chip right away 2. gastado todas as minhas moedinhas no telefone público 3. perdido o shuttle das 21h45 4. eliminado 40 minutos de sono merecido e desejado

Uma foto publicada por Marla Rodrigues (@rodriguesmarla) em

- Londres SEMPRE faz sol no dia em que eu chego. Não importa que estação estejamos. Ela sempre fica feliz em me ver. E eu idem. E mais apaixonada. 

- Quando fui passar pela segurança do Heathrow para a conexão pra Bruxelas, o cara que organizava a fila do Raio-X me elogiou respeitosamente. Saudades. Morando no Brasil, já nem lembrava que isso era possível. Achei fofo e fiquei me achando #soudessas

Helô Righetto, a prefeita de Londres (e minha anfitriã!)
- Voo Bruxelas-Londres: um dos comissários britânicos me cumprimentou pelo nome. Olho pra ele pra ver se não estou dando aquela velha rata do 'a gente se conhece, mas não lembro de vc, sorry'. Ele olha pra mim com uma cara de #lol e daí me toquei que tava com um copo da Starbucks na mão. Ele ri. Eu rio e vou pro meu assento. British humour. Get used to it.

Quem quiser acompanhar minha viagem #aovivo, pode me seguir no Snapchat: rodriguesmarla

11 julho 2016

Diário de Bordo Campos do Jordão - Horto Florestal

Arquitetura alemã no bairro de Capivari, em Campos do Jordão
Antes de pegar o carro pra ir embora, dei um último pulinho em Capivari pela manhã para tentar achar artesanato local e levar uns agrados pra família. Mas ó: já vou dizendo que achei super difícil encontrar alguma coisa. Achei tudo mal feito ou sem graça. Foi um parto comprar alguma coisinha. Também não vi nada de especial no chocolate que eles vendem, então não vi sentido em pagar mais de 80 reais num quilo de chocolate ao leite. Não sei se sou a pessoa mais indicada pra falar de chocolate, haja vista que não vi a menor graça nos chocolates de Gramado.

Boulevard de Capivari, um lugar bem aconchegante pra curtir o frio em Campos do Jordão
Pois bem, em posse de presentinhos, me despedi da família maravilhosa que me recebeu em Campos do Jordão e parti para o Horto Florestal. No caminho, vi uma quicheria super fofa e acabei me lembrando de ter lido algo a respeito numa das minhas pesquisas pré-Campos do Jordão. A Quicherie Bistro é um sucesso na Trip Advisor e não é à toa. O ambiente é super agradável e aconchegante, com ambiente interno e externo, ofereceu atendimento de primeira e uma comida maravilhosa.

Detalhes da Quicherie
Comi quiche de cebola caramelada, torta de maçã, suco de frutas vemelhas e um chá Earl Grey (sempre aprecio lugares que oferecem Earl Grey na caixinha de chá!). Estava tudo uma delícia! O preço está na média paulistana: a refeição toda ficou em 53 reais bem gastos por ali. Aconselho pra quem está indo ou vindo do Horto Florestal, é uma boa pedida pra descansar ou matar a fome.

Comendo como uma rainha na Quicherie
Como estava de carro, meu ingresso para o Horto ficou em R$ 13. O lugar é gigante e oferece uma série de atividades, como ciclismo, arvorismo e pesqueiro, além de lagos, bosques, viveiros de plantas, restaurantes, lojas de artesanato e várias trilhas. Eu fiz a trilha da Cachoeira da Gargalhada, que é super fácil, com apenas 4,5km de extensão. "Cachoeira" é modo de dizer, ok? É só uma queda d'água. Mas quem curte trilha não o faz pela recompensa da chegada e sim pra curtir o caminho mesmo.

Horto florestal com suas árvores outonais: como não amar?
Eu achei bacana, mas acabei não tirando muitas fotos porque estava com medo de perder tempo e acabar escurecendo. O lugar é perfeito pra fazer um churrasco ou pique-nique e levar amigos e família pra curtir um dia bem no meio do mato. Não precisa nem sonhar com sinal de celular e isso é ótimo!

De lá, peguei a estrada rumo a São Paulo, já sabendo que o congestionamento seria ridículo. E foi. Levei 5h30 pra devolver o carro em Congonhas. O engarrafamento mais tenso é na saída de Campos do Jordão, em que levei 2h30 pra fazer os primeiros 40km. Depois, até que fluiu bem.

Árvores prontinhas para o inverno paulista
Ao despachar minha mala, uma fila enorme no guichê da Gol. Assim que peguei meu canhoto, saí depressa da fila pra abrir lugar pro próximo. Já dentro do avião, o piloto avisa: "Por razões de segurança, nosso voo vai atrasar um pouco para a retirada da mala de uma pessoa que fez check-in mas não embarcou". Pensei logo: mas quem é que enfia uma mala num avião sem embarcar? Segura essa informação.

Novo aeroporto de Goiânia
Chegando em Goiânia, nada da minha mala aparecer na esteira. Frio na barriga de pensar onde estão TODAS AS MINHAS CERVEJINHASSSS??? Vou ao guichê e a moça me pede o canhoto da mala. "Pois não, senhora Bárbara, vamos ver o que aconteceu". Oi? Que Bárbara? Pois é. A pessoa que enfia uma mala, faz check-in e não embarca SOU EU. Sei lá o que rolou, mas a atendente de Congonhas trocou o nome, eu não conferi e minha mala ficou retida em SP. Mas foi tranquilo, ela veio no voo seguinte pra Goiânia e me entregaram umas horas depois no meu trabalho. Ufa. Cervejinhas da mamãe em segurança!

E Campos do Jordão definitivamente marcou meu coração. Não vejo a hora de voltar! E você? Já passeou por aquelas bandas? Tem dicas da cidade? Deixa aí nos comentários pra ajudar mais gente a se planejar!

Para ler mais sobre Campos do Jordão:
- O que não fazer em Campos do Jordão
- Diário de Bordo Campos do Jordão - Chegada a São Paulo
- Diário de Bordo Campos do Jordão -  Rumo à cidade
- Diário de Bordo Campos do Jordão - Amantikir e Museu Felícia Leirner
- Diário de Bordo Campos do Jordão -  Horto Florestal

07 julho 2016

Diário de Bordo Campos do Jordão - Amantikir e Museu Felícia Leirner

Amantikir, essa lindeza de jardim
Eu já avisei pra vocês que pra ir pra Campos do Jordão é igual ir pra Jacarepaguá, só se for de carro-ô (malz aê! haha). Mas não custa reforçar: você não vai pra canto nenhum se não tiver um carro à disposição. Pois bem, de posse do meu carro alugado, fui até o Parque Amantikir, um lugar super bem conservado e que tem como principal atração um percurso com jardins do mundo todo. É muito bonito e um passeio delicioso de se fazer. A entrada custa R$ 30 e você pode ficar o tempo que quiser por ali.

Parede de folhinhas lindas em Amantikir
Aconselho levar comida ou ir embora antes de a fome bater, porque a lanchonete deles tem um atendimento podre. Tão podre que acabei indo embora porque estava com fome demais e vontade de menos de suportar o mau humor das atendentes. Sou dessas que não incentiva o mau atendimento. Vou embora mesmo. Com fome, se preciso for.

Amantikir: Um lugar pra encher os olhos
Não foi de todo ruim. Saindo de lá, resolvi comer no Gato Seco (Rua Dr. Reid, 14 - Abernéssia, Campos do Jordão), um restaurante que a Anandha (filha da Fabíola) tinha dito que é ótimo. Só 10 anos de idade e já recomendando coisas bacanas! Vai longe essa menina! O restaurante fica no centro comercial da cidade, a.k.a. a parte que tem preços bacanas. No sábado, que foi o dia que eu apareci por lá, eles servem um buffet de feijoada por R$ 19,90. Achei o preço honestíssimo. A comida não é incrííííível, mas é gostosa e mata a fome, que é uma beleza!

Museu Felícia Leirner já bem pertinho da hora do pôr-do-sol
De lá fui ao Palácio da Boa Vista (faz jus ao nome!), embora não tenha conseguido entrar porque eles já tinham alcançado a capacidade máxima de visitação no dia. Não satisfeita, continuei no caminho até o Museu Felícia Leirner, cujas obras ficam numa área de 35 mil metros quadrados de Mata Atlântica. Sim, é um museu a céu aberto! No total são 85 esculturas da artista polonesa que escolheu o Brasil pra chamar de lar. Como apreciadora do Impressionismo, acho difícil ver graça nessas esculturas, mas não vá por mim, ela já ganhou vários prêmios e colocou o Brasil em evidência com sua obra.

Pôr-do-sol com a Pedra do Baú de fundo: melhor vista a partir do museu
Se não for pelas esculturas, vá pelo local - é magnífico! Especialmente perto do fim do dia, de onde é possível assistir a um incrível pôr-do-sol com a famosa Pedra do Baú ao fundo. É de cair o queixo de tão lindo! Mas leve um casaquinho, porque o ventinho que passa por ali, corta até a mais gélida das almas. E foi com essa vista que eu me despedi do meu último dia inteiro em Campos do Jordão.

Para ler mais sobre Campos do Jordão:
- O que não fazer em Campos do Jordão
- Diário de Bordo Campos do Jordão - Chegada a São Paulo
- Diário de Bordo Campos do Jordão -  Rumo à cidade
- Diário de Bordo Campos do Jordão - Amantikir e Museu Felícia Leirner
- Diário de Bordo Campos do Jordão -  Horto Florestal

04 julho 2016

Dica do dia: Internations - o site do expatriado

Logo do Internations

Quando voltei da primeira temporada londrina, rolou aquela depressão pós-Europa maravilhosa (#quemnunca?). E aí, um amigo do Facebook deu like numa página, achei interessante e fui checar: era o Internations, esse site lindo.

Tenho um perfil lá desde Janeiro/2014 e desde então vou a todos os eventos, participo dos grupos, do fórum, treino o inglês e conheço pessoas. Deixe-me explicar: O slogan do Internations é "Making life easier for expats" e é bem isso mesmo. Ele reúne num lugar só grupos divididos por cidades e é perfeito para quem é um expatriado mundo afora.

Foto sem-vergonha do nosso 4th of July: Igor é croata, Mari e eu, brasileiras

Suponhamos que você é um neo-zelandês se mudando para Goiânia (normalmente porque você se casou com uma brasileira, por razões óbvias). Você muda sua cidade para "Goiânia" e pode acessar o fórum da cidade, que se divide em tópicos como Town Talk, Expat Q&A, Jobs, Housing, Marketplace. Ou seja, tudo organizadinho, pra você já chegar aqui sabendo o caminho das pedras: onde procurar casa, onde levar seus filhos pra escola, onde comprar aquele tempero que você ama, onde conseguir um emprego na sua área... Tudo! E se não tiver lá, é só perguntar, que a galera responde rapidão!

Chegando em Goiânia, você, o nosso amigo neo-zelandês, vai poder participar dos eventos que acontecem por aqui (com a frequência de 1x ao mês, porque somos um grupo pequeno, de umas 80 pessoas), conhecer pessoas, receber indicações, fazer networking. Já vi muita coisa maneira acontecendo nos eventos, tipo galera se organizando pra um ensinar português enquanto o outro ensina inglês e tal. E você ainda pode participar de eventos paralelos, relacionados a um determinado grupo da cidade interessado em passeios outdoor ou artes, dentre alguns dos exemplos.

Tamy e eu no evento de St. Patrick's Day! Nos conhecemos no Internations e vou vê-la casar na Bélgica!

E eu, Marla, born and raised aqui em Goiânia. Por que diabos me inscreveria nisso? Bom, pelos mesmos motivos. Pratico meu inglês, estou sempre em contato com gente do mundo todo, networking, gente que indica gente pra fazer tradução, pra fazer freelas, pra tudo! Sábado passado nos reunimos em uma chácara pra comemorar o 4th of July e foi muito divertido! Fiz uma grande amiga no Internations e em agosto vou pra Bélgica vê-la casar S2

E pra não dizer que só meu Internations Goiânia é legal, na minha última temporada em Londres (2014/2015), mudei pra cidade "London" e fui numa pá de eventos por lá, conheci um monte de gente bacana e acabei indo em um bocado de lugares novos, que eu nunca teria ido sem indicação de alguém.

Nosso embaixador em Goiânia, o americano Stephen, sempre nos dá essa etiqueta com o nome, pra facilitar

Mas Marla, fiz meu perfil e descobri que não tem um Internations na minha cidade! E agora, ó, Deus? Calma, calma, não priemos cânico! Basta você sugerir aos colaboradores e dar início a um grupo na sua cidade! Daí você vira embaixador, pode organizar os eventos (é coisa simples, tipo ligar num restaurante/bar pra marcar uma turma grande pra consumir por lá) e fazer história!

Eu adoro o Internations! Fico esperando pra ter um evento novo e reunir o pessoal. Corre lá fazer seu perfil e se precisar de uma mão, cola aqui nos comentários, que é sucesso! E se, por acaso, o que você precisa é apenas de umas dicas viajantes, talvez o meu manual de Viajante mão-de-vaca pode ser o que você estava precisando!

Diário de Bordo Campos do Jordão - Rumo à cidade

Campos do Jordão: feia não é
De São Paulo a Campos do Jordão, o Maps conta 175 km, que deveriam ser feitos em aproximadamente 3 horas de viagem. Como eu já contei por aqui, leve paciência na sacola. A estrada está bem conservada e tal, mas pra subir a serra é um carro de cada lado e muita paisagem bonita pra apreciar enquanto se curte as 4h30 pra chegar a Capivari (bairro mais famosinho de Campos). Um pouco antes de chegar ao congestionamento nível hard, consegui fazer uma paradinha e tirar uma ou duas fotos dessa paisagem linda. Um friozinho gostoso e um céu azul lindão completaram a experiência.

Foto glamurosa #sqn da entrada de Campos do Jordão
]Também já avisei anteriormente pra se hospedar em Campos do Jordão, mesmo que seja mais caro. Olha, por mais que a cidade mais próxima fique a apenas 20km de distância, fazer esse percurso em 1h30 todos os dias não vai ter a menor graça. Por sorte, encontrei um lugar maravilhoso no Airbnb. Sério. Olha essas fotos. Fabíola e sua família me receberam com o maior amor do mundo. A suíte é super confortável e eles oferecem um café da manhã delicioso! Eu não poderia encontrar um lugar melhor pra ficar. Mesmo. Indico de olhos fechados!

Como vocês bem sabem, eu sou rainha de viajar por aí sozinha e desta vez não foi diferente. Papo vai, papo vem, Fabíola me convidou pra encontrá-los no centro de Capivari pra tomarmos um chocolate quente. Fui na frente pra fazer umas fotos do local e fiquei abismada com a quantidade de gente que estava na cidade. Ok que era feriado e tal, mas estava muito cheio. Ligeiramente claustrofóbico, eu diria. Capivari é um lugar fofinho, com uma arquitetura inspirada nas casinhas alemãs, e como é super turístico, qualquer coisa por ali custa os olhos da cara.

Família maravilhosa que me recebeu pelo Airbnb
Depois de encontrar a família toda por lá, fomos dando umas voltas aleatoriamente e encontramos um food truck de coxinhas! Pra completar, logo ao lado, um beer truck, com cervejas artesanais no chopp. Pra que melhor? Preço honesto e tudo delicioso! Cerveja vai, cerveja vem, Marcelo me contou de uma cervejaria local, chamada... Campos do Jordão. Eu até tinha visto uns kits sendo vendidos em Capivari, mas por um preço bem salgadinho. Daí a vantagem de ficar hospedada no Airbnb: Marcelo conhece o dono, sabe onde comprar direto da fonte. E onde é?

Aqui: Paparazzi Cantina Pizzaria. Sim. É isso mesmo! Você entra na pizzaria e diz "oi, queria comprar a cerveja de vocês". Você vai ser levado pra um lugar anexo e comprar tudo a preço de banana! O endereço deles é Av. Dr. Antônio Nicola Padula, 61 - Vila Capivari, Campos do Jordão. Comprei um kit com 6 cervejinhas, entre Avelã, Gengibre e Pinhão por R$ 78,00. Pois é! Eles fazem cerveja de pinhão!!!! Pra ver todas as cervejas que eles produzem, é só conferir o site da Cerveja Campos do Jordão. E se acaso você precisar muito experimentar essa maravilha e não achar na sua cidade, é só mandar um email que a parada chega pra você pelos Correios!

Cerveja de Pinhão da Campos do Jordão
Por falar em cerveja, Campos do Jordão é conhecida pela Cervejaria Baden Baden, cujas brejas são vendidas em todo canto da cidade. A preços ridículos, obviamente. "Marcelo, cadê o lugar de comprar Baden Baden bem baratinha?". Claro que tem, amigos. Sabe onde? Pão de Açúcar. Pasmem, eles vivem fazendo promoção e eu paguei menos de 14 reais nos rótulos que comprei por lá. O mercado fica na avenida principal (Avenida Dr. Januário Miraglia, 1772) e tem fácil acesso e estacionamento (coisa que vale ouro nessa cidade). Antes de sair, pedi no balcão de atendimento um pouco de plástico-bolha pra embalar minhas garrafinhas na mala. Foi tranquilão, chegou tudo intacto!

Pra estacionar também não precisa de loucura (sim, o povo dá uma surtada por ali pra estacionar em Capivari), basta procurar as ruas paralelas e vocês vão achar uma pá de lugar pra parar seus carros. Larguem de ser manés e ficar pagando 50 reais a hora. Ou então fiquem hospedados com a Fabíola e vocês nem vão precisar de carro pra ir a Capivari: 15 minutinhos à pé e voilà! (já dá uma queimada no chocolate quente!).

Para ler mais sobre Campos do Jordão:
- O que não fazer em Campos do Jordão
- Diário de Bordo Campos do Jordão - Chegada a São Paulo
- Diário de Bordo Campos do Jordão -  Rumo à cidade
- Diário de Bordo Campos do Jordão - Amantikir e Museu Felícia Leirner
- Diário de Bordo Campos do Jordão -  Horto Florestal

01 julho 2016

Diário de Bordo Campos do Jordão - Chegada a São Paulo

Xantipa, a gata mais linda do universo, fingindo que não me ama muito
Meu voo Goiânia - Guarulhos foi tranquilo. Com minha reserva em mãos, fui atrás do balcão da Avis. No terminal em que desci não havia niniguém pra me atender e uma alma caridosa da empresa ao lado me avisou que o atendimento só rolava no outro lado do terminal. Dá-lhe pegar shuttle porque minhas viagens sempre começam com emoção, não é mesmo?

Fiz a reserva do carro pelo site Aluguel de Carro, que é basicamente a melhor dica que posso dar pra vocês aqui em relação a preços (sério, ficou R$ 259 por 4 diárias - muito barato). A segunda melhor dica é imprimir seu contrato e levar com você por razões de: deu um mega problemão. Nesse preço que te contei aí em cima está incluído o aluguel e o seguro obrigatório do carro. Os opcionais ficam por sua conta. Mas a Avis quis me cobrar mais de 500 reais no balcão.

Could've been better. For sure.
Ficamos num disse-não-disse interminável com as atendentes dizendo que o seguro não estava incluso e eu mostrando o papel da reserva que dizia claramente que o seguro estava incluso, sim. Pra resumir, ficamos mais de 2 horas nessa brincadeira, até que a gerente X resolveu "cumprir a oferta". Que fique claro aqui que é um problema do sistema e não das atendentes, que foram umas fofas o tempo todo. No final ainda consegui um upgrade pra um Onix 1.4 (quero pra mim esse carro) com placas que não bateriam com a canseira que é o rodízio da capital paulista.

Com Google Maps em punho (ou mais precisamente: colocado no para-brisa), dirigi pra casa da minha amiga, no Paraíso (quase uma horinha de trânsito). Olha, eu estava bem apreensiva pra dirigir pela primeira vez em SP, mas na real, achei de boa. Em alguns momentos achei as pistas muito estreitas, mas como a maioria do percurso tem velocidade máxima controlada em torno de 60km, você acaba se sentindo mais segura. Ou: menos assustada com a barbeiragem do povo.

Delicinhas: Cider Magners e Tyrrell's cider vinegar
Fomos almoçar às 18h (!!!) no Outback da Frei Caneca e daí aconteceram coisas gostosas. A primeira foi que Felipe pediu fish & chips e aceitou (e gostou!!) que eu jogasse vinagre nas batatas fritas dele. Era uma coisa que eu não fazia desde que saí de Londres e te dizer: sou a favor de gastronomia emocional (quem aí já assistiu Ratatouille?). Não bastasse essa maravilha, bem em frente ao Outback tinha uma loja especializada em bebidas chamada Empório Frei Caneca.  E o que tinha lá? Cider! Comprei todo o estoque. Sério. Trouxeram do estoque todas as caixas de cider que tinham. E ainda tinha Tyrrell's de cider vinegar. Glória a Deus nas alturas! Sempre bom ir a SP e encontrar as coisas que eu comia em Londres.

09 junho 2016

O que não fazer em Campos do Jordão

Paisagem bem mais ou menos em Amantikir - Campos do Jordão - SP

No feriado de Corpus Christi, resolvi me aventurar numa roadtrip de São Paulo até Campos do Jordão. Nessa brincadeira, acabei aprendendo algumas coisas, especialmente coisas que não se deve fazer em Campos do Jordão.

1. Vá de carro. Eu cogitei ir de ônibus, mas acabei descobrindo que não tem ônibus direto de São Paulo pra Campos do Jordão (só um pinga-pinga que leva horas). Além disso, qualquer coisa que fique fora de Capivari é longe pra ir a pé. Cito: Palácio Boa Vista, Museu Felícia Leiner, Amantikir, Horto Florestal... Pra ser honesta, nem vi ônibus urbano em Campos do Jordão e acredito que a frequência com que passam não seja nem perto do ideal. Táxis cobraram das meninas que estavam hospedadas no mesmo lugar que eu uma pequena fortuna de 70 reais por um percurso de 7 minutos. Que fique bem claro: TENHA UM CARRO A SUA DISPOSIÇÃO.

2. Hospede-se em Campos do Jordão. É mais caro? Sim. Mas vai te poupar tempo e dor de cabeça. Eu tinha reservado um hotel em Santo Antônio do Pinhal, a cerca de 20km de Campos do Jordão. Pareceu-me boa ideia - até eu chegar a Campos do Jordão. O percurso é mesmo curto, mas é feito num tempo ridículo: 1h30-2h. Tudo por causa do trânsito. Pra subir a serra, a pista é única e até que todos os carros de SP conseguem se enfiar na pequena Campos do Jordão... ah, haja paciência, viu? Agora imagine pegar a estrada pra ir e vir todos os dias, quando você deveria estar tomando chocolate quente em Capivari? Não dá.

Vai ter engarrafamento. Ah, se vai!

3. Vá com bala na agulha. Campos do Jordão é cidade turística feita para os milionários que moram em São Paulo. Ou seja: se você já acha os preços paulistanos um absurdo, prepare-se para se surpreender, especialmente durante o festival de inverno, no mês de julho. Minha dica é explorar as opções no centro comercial da cidade e deixar o famoso bairro Capivari só pra tomar um chocolate quente ou uma cerveja artesanal tirada no chopp em um esquema "food-truck".

4. Leve paciência. Aparentemente Campos do Jordão fica cheia em qualquer fim de semana - especialmente os prolongados. Então vai demorar pra chegar, vai demorar pra ser atendido, vai demorar pra sair do lugar. Nada mais irritante que aquele nervosinho que que passar na frente na fila de pagar ou que ultrapassa pelo acostamento. VAI DEMORAR. Lide com isso.

Prepare-se pra odisseia do tira-e-põe-casaquinho

5. Carregue aquele casaquinho. Às 13h o termômetro da Praça do Capivari aponta 20 graus e você pensa "hummm delícia de tempo". Daí, de repente o tempo fecha, o vento passa cortando e menos de uma hora depois a temperatura já despencou pra 12 graus. É assim louco mesmo. Então o que eu fiz foi andar com blusa fina (de tricô, por exemplo), uma echarpe e uma jaqueta. De acordo com a temperatura eu ia tirando ou colocando roupa. E não se empolgue com o sol. As temperaturas ficam muito diferentes se você está sob ele ou na sombra. Então passeios no parque, por exemplo, podem ser uma grande odisseia do tira-e-põe-casaquinho.

No resto, aproveite a visita e se joga. A cidade é deliciosa, cheia de passeios incríveis e vale todo o perrengue pra ir e vir.

Para ler mais sobre Campos do Jordão:
- Diário de Bordo Campos do Jordão - Chegada a São Paulo
- Diário de Bordo Campos do Jordão -  Rumo à cidade
- Diário de Bordo Campos do Jordão - Amantikir e Museu Felícia Leirner
- Diário de Bordo Campos do Jordão -  Horto Florestal

03 junho 2016

Bebendo uma boa breja em Amsterdam

Amsterdam num dia de ~quase~ sol
 
Durante minhas andanças pela Europa, eu acabei percebendo que a cultura de pub é uma coisa que diz muito sobre seu povo. O pub é muito mais do que o nosso boteco, é onde tudo acontece e eles se socializam. Dar uma passadinha por um pub de cada cidade que você visitar é, no meu humilde ponto de vista, um item obrigatório. Mas e se você não quiser se arriscar e ir direto naquele pub maravilhoso, com cervejas especiais e um menu de tirar o chapéu? Ah, meu amigo, aí você conta com a minha dica aqui!

É que o Daniel Duclos, do blog Ducs Amsterdam, acabou de lançar o Guia Ducs Amsterdam: Cervejas. Tem padrão Marla de qualidade, viu? É um guia enxuto, que não te coloca na berlinda com 50 opções de pub, e ainda garante alternativas pra todos os bolsos e gostos. "Ah, Marla, eu nem de cerveja gosto." Xô te falar: eu também não gostava, não. Mas ó, cerveja pro lado de lá do Atlântico não passa nem perto das pilsens que a gente encontra em terras tupiniquins. Vale a experiência. Inclusive, com passagens compradas para Amsterdam, faça o favor de eliminar a palavra Heineken do seu vocabulário. Grata, Marla.

Esse pub, particularmente, é em Norwich (UK), mas vamos todos fingir que é em Amsterdam #prontoresolvi
 
Pra mim, uma das coisas mais bacanas do guia é que você consegue chegar em qualquer um dos pubs sem a ajuda de Google Maps e afins, já que nem sempre a gente viaja com pacote de dados ligado, não é mesmo? #viajantemaodevaca É que ele passa uns esquemas tipo sua tia te ensinando endereço, sabe? "Desce no ponto X, à esquerda vai ter uma farmácia, vire na rua do supermercado e chegou". Chegar, você chega. Agora, se depois de algumas brejas, você não conseguir voltar pro seu hotel... Bem, aí fica por sua conta, ok?

O guia também tem dicas pra além da cerveja, que incluem visita à fabricação própria do pub, degustação, onde falam inglês (ou só holandês) e até lugar pra jogar pub quizz!!! Se você nunca jogou um pub quizz bebaço, você não passou por uma autêntica experiência europeia. Se você quiser forrar o estômago, o Ducs ainda te conta onde vale a pena pedir um burgão ou já chegar de barriga cheia (comida não é bem o forte de pubs, né, minha gente?). Tudo, é claro, com aquela redação hilária já conhecida do Ducs.


Capa do guia do Ducs já vem com um cheirinho de álcool #eugaranto
 
Vale lembrar que isso aqui não é post pago? VALE! É indicação brother mesmo! "Beleza, Marla! #comofas pra adquirir esse guia?"

Fácil, migos. É só comprar online e fazer o download da parada pra qualquer um dos seus dispositivos (ou todos!). O guia vale 4,50 euros e garante o leite dos sagüis do Ducs. E se você vai pra Amsterdam e ainda não conhece o Ducs Amsterdam, filho do céu, siliga plmdds!!

Depois de beber nesses pubs aí tudinho, volta aqui e me conta seu preferido, pode ser?

13 maio 2016

Perrengue, porém na França

Vista de Pully. Do outro lado do lago: Évians-les-Bains

Essa semana a Denya, do blog Grazie a te, postou no Snapchat (grazieateblog) a pergunta: qual foi o maior perrengue que você já passou em terras internacionais?

Olha, foi difícil escolher só um porque né? Se eu viajar e não tiver um perrengue, alguma coisa está errada. Eu sempre volto com uma história pra contar. Lá no meu snapchat (já me segue lá? rodriguesmarla) eu falei dum dia que fiquei presa no alto de uma montanha suíça (papo pra outro post!). Hoje, vou contar duma treta que rolou em terras francesas.

Uma das minhas primas mora em Pully (na Suíça), às margens do lago Léman (ou lago Genebra, fique à vontade pra escolher). Se você apertar os olhos, enxerga do outro lado uma cidadezinha chamada Évians-les-Bains (já na França). Enrolada com as provas finais da faculdade, ela me emprestou o carro e falou "contorna aí o lago, vai ser legal".

Visão de quem contorna o Lago Léman

E assim o fiz. Fui quicando em umas cidadezinhas, apreciando a paisagem (e ô país pra ter lugar bonito, afffff tudo parece uma pintura de tão lindo!), até chegar a Évians, já no comecinho da noite. Como eu havia esquecido de trazer euros comigo, procurei um lugar onde eu poderia estacionar e pagar com cartão de crédito. Passou da fronteira, amigo, nêgo quer nem saber dos seus francos-suíços.

Estacionei, dei umas voltas na cidade, comi uma coisinha, bisbilhotei lojinhas... Uma delícia de lugar! Duas horas depois, quando voltei pra pegar o carro, o estacionamento tinha ficado em 1 euro. Beleza. Beleza nada! Porque só dava pra pagar com cartão acima de 2 euros. Ok, vamos esperar. Quanto tempo demora pra ficar 2 euros? Duas horas!!!!! E isso já era 8 e tanto da noite e minha prima me esperando pra pegá-la na faculdade.

Pensa numas ruas estreitas? Aí passam carros indo e vindo!

Saí do estacionamento e encontrei um grupinho de umas 4 pessoas. Expliquei que não tinha euros, se alguém trocaria euros pelos meus francos, ninguém quis. Perguntei se alguém poderia me doar 1 euro: ninguém podia. Rodei, rodei, rodei e ninguém trocava meu dinheiro. Fui em várias lojas, que pelo tardar da hora, já estavam fechando. Ninguém se doeu com o meu desespero de estar presa no estacionamento - mesmo tendo dinheiro!

Eu comentei que todo esse perrengue foi em francês? E que meu francês tá super enferrujado? Pois é. Agora tô aqui pensando se eu tava ACHANDO que tava explicando a situação, mas tava dizendo, sei lá, "oi, posso matar sua mãe essa noite?". Vai saber.

Tudo na Suíça parece uma pintura de tão lindo!

Depois de achar que minha única opção era mesmo ficar esperando outras 2 horas, um senhor dono de um açougue me chamou. "Ô, minha filha, tá precisando trocar dinheiro? Aqui o povo é ruim, não troca nada não". E eu pensei: mas não é possível que esse homi me chamou aqui só pra me dizer o óbvio.

Mas não, ele perguntou quanto eu precisava, abriu de novo o açougue, trocou o dinheiro pra mim e tornou a fechar o comércio. OBRIGADA, SENHOR, PELA GRAÇA ALCANÇADA. AMÉM. E foi assim que, finalmente, consegui pagar o UM EURO de estacionamento, e fui-me embora.

Lago, montanhas, neve no topo... Não dá pra não suspirar!

O perrengue do dia acabou? Claro que não. Quando eu já estava saindo da França, aliviada de ter conseguido recuperar o carro, me param na barreira. A primeira coisa que penso: não trouxe meu passaporte. PUTA-QUE-PARIU-EU-NÃO-TROUXE-A-DROGA-DO-MEU-PASSAPORTE!!!!! E minha prima já tinha me avisado que se eu esquecesse, teria que ficar presa lá até alguém levar pra mim. Comecei a suar frio. Mas usei minha parte atriz, abri o vidro e abri um sorrisão, como se francesa fosse.

"Bonsoir, monsieur! Comment peux-je vous aider?" (Fina, finíssima!!!)
E ele pergunta: A senhora comprou alguma coisa na França?
Eu: Não.
Ele: A senhora tem certeza?
Eu (já me tremendo, porém com a cara de pau que todo brasileiro sabe fazer, mesmo quando está errado na situação): Absoluta. Não comprei nada na França (e não tinha comprado mesmo!).
Ele: A senhora mora na Suíça? (E nessa hora me lembrei que eu não tinha perguntado pra minha prima aonde estava o documento do carro. Suo mais um pouquinho)
Eu: Não, sou brasileira. Minha prima é quem mora em Pully, eu só estou de férias, dando um rolê no lago. (Mãos grudadas no volante pra ele não me ver tremendo)
Ele: Ah, que ótimo. Então aproveite sua estadia! Tenha uma boa volta.

Aquele pôr-do-sol merecidíssimo depois de tanto perrengue!

Olha, NEM EU ACREDITO QUE ISSO ACONTECEU. Ele não me pediu nada. Nenhum documento sequer. Eu podia ter um cadáver no porta-malas. Mas ele. me. mandou. passar. Deus existe. Depois disso, cheguei em Pully e nem preciso dizer o tamanho da bronca que levei da prima por estar sem euros e sem passaporte. Mas sobrevivi pra contar MAIS essa história.

Aqui no blog eu já contei outros perrengues também. Um deles foi chegando em Angra dos Reis, outro foi o carinha que bateu no meu carro em Angra e o último (desta viagem) foi voltando pra capital do Rio de Janeiro. Na real essa viagem toda pro Rio foi meio bizarra. E corre lá pra ver também o post da Denya com os relatos dos snapchatters. Tá bem engraçado.

E você? Tem um perrengue de viagem pra contar? Aproveite aí o espaço dos comentários, bora ver se você me humilha no quesito "perrengue quem passou fui eu!" hahaha

04 maio 2016

Habemus dominium


Quem notou? Quem percebeu? Quem viu? (o macaco no fio? - #sorrynotsorry)

O bloguinho cor-de-rosa agora é marlarodrigues.com

Sem www. Sem blogspot.com. Sem complicações.

marlarodrigues.com

Uma grande vitória. Um feito incrível. Um trem que deu um trabalho dos diabos. hehe

E como deu um super trabalho, vou facilitar a vida dos que vêm por aí fornecendo links para:

1. Registrar um domínio: só ir pro site da Godaddy. Tá em português, é intuitivo, não tem chatice.

2. Mandar seu blog pro seu domínio sem perder links nem visualizações: ManualPC tem a resposta.

Uma diquinha extra: levou um tempo extra para que o endereço marlarodrigues.com fosse direcionado para o www.marlarodrigues.com.

Tenha calma (pode levar até dois dias!), fé, inspira, expira, vai dar certo.

Agora é facinho indicar o blog pros seus amigos, diga aí "hummm li no marlarodrigues.com, é ótimo esse site!"!

Conexão Paralela: episódio do Tinder sob um olhar feminista

Sou uma grande defensora do Ferminismo, mas por alguma razão desconhecida eu gasto meu latim sobre isso muito mais no Facebook do que no meu blog. Vai entender.

Participei recentemente do canal Conexão Feminista (chique demais!) conversando um pouco sobre o Tinder e especificamente sobre um episódio que mostra como o machismo tá tão impregnado na nossa cultura, que a galera nem se dá ao trabalho de analisar a situação. Inclusive, ta aí um assunto que vale vários posts: Tinder. É cada uma que me aparece...

Mas até lá, fiquem com o vídeo mesmo. É curtinho, divertido, e ninguém usa a denominação #feminazi. Eu juro.


01 maio 2016

Deixa as puta*!

Foto de Paul Keller (Flickr)

 *A concordância é essa mesma, pois: goianês. Aceita que dói menos.

Como cês devem saber, sou menina criada em Goiânia, esse lugar que pode ser machista pra caralho, então passei uma vida ouvindo a galera falando mal das puta. Eu mesma fui uma delas e ainda hoje tento trocar o palavrão "filho da puta", pois já sabemos que nem tudo é culpa da mulher, minha gente. O cara é um escroto, mas sua mãe pode não ser, daí nada a ver xingar alguém de filho da puta, haja vista que se está xingando a pobre mãe e não o cara.

Calma, voltei. Foco.

As puta.

Acho normal o trabalho das puta. Um trabalho como outro qualquer. Elas oferecem um serviço, os caras pagam e pronto. Uma modalidade de negócio foi concluída.


Foto de Blemished Paradise (Flickr)

Se você pode usar os serviços de uma massagista, de uma manicure, de uma depiladora etc etc etc, por que outras pessoas não podem usar os serviços da puta? Só porque tem sexo no meio? Mas eu não entendo esses problemas que cês têm com sexo. "Ai, que degradante". Ai, filha. Ninguém tá pedindo pra você se prostituir. Degradante é trabalho escravo. E tenho certeza que você tem muito mais compaixão por esse povo (cutuquei sua lógica?). "Ah, mas pelo menos eles estão fazendo um trabalho honesto". Pra mim, desonesto é roubar e matar. Ou fazer algo em que não estejam todas as partes envolvidas de acordo. Exemplo: estupro. Tá me acompanhando?

Alguém falou que é porque as puta são responsáveis por destruir casamentos da família tradicional brasileira. Sério. Sério mesmo. Acho MUITO engraçado que as minas nem por um instante pensem que a culpa é do cara, que foi lá trair a mulher, pagando por sexo (ou não pagando, enfim). As minas tão sempre culpando outras minas. A culpa nunca é dos caras. Que fantástica essa linha de raciocínio (#sqn).

Foto de Devon Buchanan (Flickr)

Dia desses falei "tenho nada contra as puta, inclusive seria uma, sem problemas, se me sobrasse apenas essa opção". Fez-se o silêncio sepulcral, como se eu tivesse dito que mataria alguém se necessário fosse. Gente. É só um serviço.

Poderia aqui me alongar e falar sobre a falta de legislação pras puta, mas vivemos num país onde não se pode nem abortar quando se é estuprada. Então, né? Vou parar por aqui mesmo.

Deixa as puta trabalhar. Deixa as puta.
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