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16 dezembro 2013

Vintage London no Natal

Eu não sei exatamente quando foi que aconteceu a transição entre Eu odeio o Natal e eu amo o Natal, mas fato é que agora eu fico ansiosa pra dezembro chegar e eu poder enfeitar a casa toda e procurar mil receitas pra cozinhar na ceia, além de encher a árvore de presentes pra um monte de gente amada.

Como boa amante do Natal e de coisas vintage, fiquei encantada com as fotos do Museum of London (um museu super ultra mega legal de Londres e que quase nenhum site lista como atração. Eu aconselho demais!) que estão disponíveis no site do Londonist. Muitos desses lugares eu passei em 2013 e fiquei assim olhando pra essas fotos e imaginando como é que era a vida dos londrinos lá na década de 50.

Regent Street Christmas Lights, 1955 | Henry Grant Collection | Museum of London

A minha Regent Street não tem luz de Natal, mas tem enfeite do jubileu da Rainha

Selfridges, 1953 | Henry Grant Collection | Museum of London

Roubadinha do Google: um dos cantinhos de comida da atual Selfridges

Turkeys for sale in Leadenhall Market, 1953 | Henry Grant Collection | Museum of London

Roubadinha do Google: como é o Leadenhall Market hoje em dia

Outside Selfridges, 1953 | Henry Grant Collection | Museum of London

Roubadinha do Google: Fachada da Selfridges

Trafalgar Square, 1955 | Henry Grant Collection | Museum of London

A minha Trafalgar Square num dia tão cinza que a foto parece ser preto e branco

Hamleys window, 1957 | Henry Grant Collection | Museum of London

Dentro da Hamleys nesse ano, fiquei com a mesma cara do menino de verde

Trafalgar Square, 1957 | Henry Grant Collection | Museum of London

Newspaper sellers, 1962 | Henry Grant Collection | Museum of London

Regent Street, 1960 | Henry Grant Collection | Museum of London

Essa é minha, em 2013, quaissss no mesmo ângulo!

13 dezembro 2013

Hampton Court, a casinha da Dinastia Tudor

Estação de Hampton Court, na zona 6 de Londres

Senta que lá vem história. Não, melhor: História. É que quando se trata da dinastia Tudor, é bom a gente usar um H maiúsculo pra garantir a importância desse povo na Inglaterra. As (muitas) fotos que ilustram esse post mostram um pouco de como é Hampton Court, o lugar onde viveu Henrique VIII e suas seis (!!) esposas.

Afinal, por que a dinastia Tudor é tão importante? Simplesmente porque Henrique VIII foi o cara que cortou relações com a Igreja Católica e com o Papa himself só pra poder desquitar da Catarina de Aragão e casar com Ana Bolena - aquela. Eu costumo dizer que quem mudou a história, de fato, foi Ana Bolena, porque né? Não fosse o mel dessa mulher, Henricão teria ficado lá casadinho com a Cata, que ele adorava.

"Welcome to Hampton Court", diz a plaquinha
Desquite feito, casamento arranjado, Henry se tornou o chefe do Estado AND da Igreja Anglicana - o que permanece ATÉ HOJE (já te convenci da importância?). E isso, meus senhores, lá em 1533. Avalie as bolas deste senhor. Tudo bem que foram essas mesmas bolas que cortaram a cabeça de duas de suas rainhas, mas who cares? V1d4 L0k4

Do casamento dele com Ana Bolena nasceu Elizabeth I - aquela. Isso, a muié mais bolada que a Inglaterra já viu. A mulher responsável pela era de ouro do reino. Gente, sério. É muita, muita História, resumida mal e porcamente neste link, se sua curiosidade for plena. Sobre Hampton CourtHenrique VIII, Ana Bolena e Elizabeth I, o Wikipedia fala bem. Sugiro ainda: a série The Tudors.

Pronto, passada a sessão 'Marla também é cultura', vamos ao passeio em si. Primeiramente: ônfica esse palácio? Facim, facim, na zona 6 de Londres, numa região conhecida como Richmond upon Thames, no sudoeste da cidade. E pra chegar? Sussa: pega o trem em Waterloo Station e você chega na estação Hampton Court em mais ou menos 40 minutos. A estação fica a 5 minutos do palácio. Pra ver os horários e preços, é só abrir o site da Southwesttrains. Se você estiver com um Oyster Card, basta passar na maquininha na entrada da Waterloo e na saída em Hampton Court (não pode esquecer!). Eu comprei um passe ida+volta no mesmo dia, que me custou £11 (meio que sai elas por elas no valor). Pra conferir o horário de abertura e fechamento do palácio e dos jardins, além dos precinhos, aconselho checar o site do Historical Royal Palaces.

Entrada principal de Hampton Court

Primeira dica, a mais importante: chegue cedo. Preciso nem dizer o tamanho desse lugar e o quanto ele é maravilhoso e você vai se encantar e vai querer tirar foto de tudo e quando se der conta já vai estar anoitecendo e eles estarão te expulsando. Chegar cedo, check!

Corredorzinho comprido até o acesso ao palácio. Se você der sorte, vai pegar um céu lindo desses

Eu quis fazer o passeio dentro do castelo antes de ir pros jardins porque sabia que estes eram praticamente a atração principal do lugar. Pouca coisa original se mantém no castelo por razões óbvias de 500 anos terem se passado. Mas ainda assim me lembro da cozinha Tudor, dos aposentos reais (amo falar aposentos reais) e do salão de baile. Tudo grandioso e maravilhoso, mas que fica uma porcaria nas fotos porque não tem luz suficiente. Vai por mim, vale a pena.

Não são lindinhos esse tijolinhos?

Uma vez feito passeio histórico (favor usar o audio guide pra não deixar passar nenhum detalhe importante), bora lá pra fora ser feliz e aproveitar esse céu lindo. Sério. Olha que azul mais lindo.

Todo castelo na Inglaterra tem um labirinto. É a brincadeira favorita deles. Eu fui e mandei bem

A prova de que cheguei ao centro do labirinto. Só não consigo provar que foi de primeira, mas foi

Entrada lateral  do jardim, mas não menos glamurosa

Túnel verde

Verde, muito verde, super verde

Verde e fofinho. Fiquei sentada aí um tempão

As flores parecem ter sido pintadas à mão

E tem flor de toda cor que você imaginar

Pura perfeição

Os fundos do palácio com parte do jardim

Divando no jardim

Dançando nos fundos do palácio, com flores enfeitando meu caminho. Como não se inspirar?

Outra parte do jardim 

Visto por outro ângulo (de costas para o palácio)

Nesse jardim ninguém entra. E nem precisa, né? Lindão demais

Ingleses têm uma cultura muito forte de jardinagem. Todo ano tem diversos prêmios para os melhores

Outro jardim onde não se pode entrar

Os cavalos ingleses maravilhosos e gigantescos que te levam num passeio pelos jardins

Então, gente? Deu vontade de ir? Eu amei esse passeio. Tá no meu top 3 da viagem pra Inglaterra. E você? Já foi? Conta pra mim o que achou!

11 dezembro 2013

Como se tornar uma atração em Londres


Direto do Google: as casinhas geminadas em Londres são assim

As casas no subúrbio de Londres se parecem com aquele modelo americano que eu conheci em filmes: uma do lado da outra, no máximo com uns arbustos separando as mesmas. Muro? Portão? What the hell is this, me perguntariam alguns londrinos. Eu, inclusive, virei atração da minha casa enquanto estive lá simplesmente por morar naquilo que eles chamaram carinhosamente de prisão. E como discordar?

As trancas da casa em Londres funcionam mais ou menos como funcionam no resto da Europa (e também no Rio de Janeiro), sácomé? A maçaneta não abre a porta do lado de fora. Pra isso, é preciso estar com chave. Por essa razão, eles têm essa mania estranha de entrar na casa, bater a porta e ir dormir serenamente. Pra uma pessoa que ostenta 5 chaves no chaveiro só pra poder entrar em casa, avalie o quanto eu achava que estava bem vulnerável.

Essa é a entrada da casa onde fiquei

Omega, minha hostess, bem avisou que eu só precisaria trancar a porta se fosse sair e não ficasse ninguém em casa. Estando alguém lá, bater a porta era suficiente. Anram, tá bom. Um dia eu cheguei no meio da tarde e não tinha ninguém em casa. Entrei, tranquei a porta e fui dormir um cadim. Lá pelas tantas da noite, ela bate na porta do meu quarto encafifada.

- Ué. Que estranho, tive que entrar pra ver se você estava bem, pois trancou a porta.
- Tranquei, Omega, porque eu ia dormir.
- Mas não precisa. Pode deixar destrancada. Não tem perigo algum.
- Mas meu quarto é do lado da porta. Se entra um mau elemento, a primeira pessoa a se ferrar sou eu.
- Hahahahahaha! Marla, é seguro.

E foi esse o diálogo que deu início às minhas explicações sobre como eles eram loucos de ficarem vulneráveis assim, numa casa sem portão, sem muro, sem cerca elétrica, cuja porta do hall dá acesso ao meio da rua e blá blá blá. Ela passou assim um bom tempo tentando imaginar como é que as coisas funcionavam no Brasil e quando eu terminei de explicar mandou logo um "mais parece que vocês vivem numa prisão". Pois é. Vdd vddr.

Rua próxima à minha casa em Londres. Muro só se for baixinho

Só sei que quando o marido dela chegou pra jantar, ela contou como funcionavam as coisas no Brasil e ele ficou todo interessado. "É mesmo?", ele perguntava a cada tranca que eu adicionava nas casas brasileiras. Qual não foi a minha surpresa quando dias depois alguns amigos dele do trabalho vieram jantar em casa e Mark me inseriu na conversa da seguinte maneira:

- Marla, não é verdade que no Brasil vocês se protegem com diversas trancas, muros, portões e cercas elétricas?
- Sim.
- Eu falei pra vocês!!!
- Uau!! - fizeram os amigos dele, em coro.

E daí virei a atração da noite. A maneira como vivemos hoje se tornou tão comum para nós, que fica até difícil imaginar que é possível haver um lugar onde sua primeira preocupação não é pensar em atitudes que minimizem suas chances de se tornar uma vítima da violência.

Mas eles não são completamente destemidos. Há um medo. O medo de cruzar com as raposas de Londres. Nos fundos da casa há um quintal gigantesco, com arbustos que delimitam o espaço, mas que permitem a passagem de qualquer pessoa/animal. Um dia acordei e Omega estava lá jogando coisas numa raposa.

- Ela não morde, Omega?
- Normalmente mordem. Mas essa só pegou meu chinelo e saiu correndo. :)

Brasileiros têm medo de morrer. Ingleses têm medo de ser mordidos por raposas. Cada um com seu cada qual.
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