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15 agosto 2014

Viajando baratinho - o manual do mão de vaca

Aeroporto Internacional de Guarulhos: queria bater mais ponto por lá! 

A fofa da minha mãe sempre comenta que eu tenho um quê de turca e que meu dinheiro é igual cocô de índio - tudo porque sou uma pessoa segura no quesito dinheiro. Segura o caramba, sou mão de vaca assumidíssima, lidem com isso. Pessoal fica on fire sempre que meu instagram deda que estou fora de casa. "Marla não trabalha, Marla tá rica etc". Vocês me fazem rir. Primeiro que eu trabalho pacas, afinal só trabalhando o dobro da galera pra poder folgar o dobro da galera, né não? Segundo que não sou rica, sou uma planejadora nata.

Dia desses, uma tchurminha lá do Rotaroots queria saber: 1. como se preparar pra viajar sozinha (check!) e 2. como viajar mais com tão pouca grana. So here we go. Aqui vou dizer mais ou menos como eu faço. Pode não servir exatamente pra sua vida, mas dá pra adaptar umas coisas e usar os sites sempre. 

Depois de um ano em Portugal tinha isso tudo de mala


Passagens aéreas

Eu não tenho muita firula com destino. Pra mim viajar é sempre bom, ponto final. Costumo acompanhar os posts do site Melhores Destinos, que publicam as principais promoções de passagens aéreas e já acabei indo pra Porto Alegre e Maceió só porque estava baratinho, veja só. Já vou avisando que se você não estiver pensando em SP e RJ como destino, pode considerar passagem ida e volta por 300 reais (com taxas) uma bagatela.

Se você não abre mão do ponto de chegada, o melhor é acompanhar os preços e criar um alerta no Skyscanner. Lá você pode filtrar uma série de datas ou um mês inteiro e ele te manda um email sempre que as passagens atingirem o valor que você pode pagar por elas. 

Aeroporto de Barajas, em Madri: nenhuma saudade das caminhadas de 25min

Outra opção pra quem está na Europa é o Drungli. Essa maravilha é pros aventureiros. Você pode escolher entre Quando ou Onde e ele busca as passagens mais baratas tendo como ponto de partida a cidade onde você está. Por exemplo passagem por 20 euros ida + volta de Londres a uma cidade X da Lituânia. Por 35 euros você já vai pra Budapeste e assim vai. Acho fantástico incluir no roteiro uma cidade que você nem imaginava e a viagem ficar com um capítulo ainda mais incrível e inesperado.

Eu queria poder ainda falar sobre milhas de cartão de crédito, mas vou confessar pra vocês... Tô há uns 3 anos pagando até conta de Coca-Cola no cartão e tudo o que eu tenho até hoje são umas 14 mil milhas. Isso só me leva ali em Brasília e olhe lá. Então não sei dar dicas dessa parada das milhas, mas se alguém quiser dar o testemunho, irmão, é só deixar lá nos comentários!

"Eré vai vuá!" (só entende quem já passou dos 25)


Hospedagem

Taí outra coisa que já desapeguei nessa vida. Hotel top, com café da manhã top, num lugar top da cidade é só pros meus sonhos mais top. Atualmente o que eu mais uso é Couchsurfing. Demorei uma pá de tempo pra me aventurar, pois essa ideia de dormir na casa de um completo desconhecido me soava um tanto inseguro. Com o tempo aprendi a filtrar e hoje em dia sinto ZERO medo de ficar na casa de alguém em qualquer lugar do mundo.

Dicas pra fazer um perfil feroz: criá-lo em inglês. Não é mandatório, mas você abrangerá mais opções de hospedagem assim. Quando fiz o meu perfil, fiquei com medo de ninguém querer me hospedar porque eu não tinha referências, daí deixei claro que não tinha experiências no site, mas que estava bastante aberta a dar o pontapé inicial. Essas primeiras experiências estão, inclusive, neste post aqui. Fotos - umas 10 tá bom, vai - ajudam a tornar seu perfil mais verossímil. Não é selfie não, tá? É foto de você na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê, mostrando que viajar é seu padrão de vida (se não for, engane, internet taí pra isso rs).

Foto das antigas: galera procurando casa pra morar em Coimbra

Depois de ter um perfil super bacana, é hora de procurar um anfitrião (host). Na minha busca eu tento filtrar de cara gente que é "vouched for". Olha, esse cartão da veracidade é simplesmente a coisa mais impossível de se conseguir na face da terra. Exige que não sei quantos membros vouched for te ofertem o bendito cartão. Trust me, se tem "vouched for", pode ir sem medo. Se você estiver indo pra um lugar que não tem gente vouched for, procure pelo maior número de referências e leia as benditas, viu? Não adianta o cara ter zilhões de referências e elas serem da mãe, do tio, da prima e do amigo da faculdade. Tem que ser de gente que se hospedou com ele e curtiu a experiência. A partir daí escolha aqueles que tem mais a ver com você, leia o perfil deles e mande um request bem bacana, citando coisas do perfil da pessoa pra ela perceber que você se interessa não apenas por um sofá, mas por uma experiência com um local - pois é esse o foco do site.

"Ai, Marla, não curto essas paradas não". Beleza, gente. Cada um, cada um. Outra opção mais em conta é o Airbnb. Você aluga um quarto ou a casa inteira de alguém por um determinado período, normalmente mais curto. O bacana é que você acaba tendo uma casa inteira à disposição, né? Pra mim, ter cozinha é essencial (explico mais à frente) e você pode acabar fazendo amigos, como eu fiz em Canela (minha anfitriã foi uma fofa!).

"Não, Marla, esse negócio também tá meio esquisito". Calma. Vamos tentar o Booking.com. Indico esse site com fé pois já tive problemas com hostels / hotéis e eles resolveram na mesma hora sem burocracia, sem delongas. Por lá você filtra desde camas em quartos de hostels até hotéis cinco estrelas com glitter. Agora você acha alguma coisa, né? Escolha lá o que cabe no seu bolso e faça a reserva - não sem antes conferir as reviews (sempre confie nas reviews!!). Outra coisa muito boa é que você pode fazer a reserva com antecedência e cancelá-la sem custos 1 ou 2 dias antes do check-in. Dessa maneira, eu costumo reservar algo no Booking e ficar tentando couch. Se não rolar, pelo menos eu tenho algo garantido e se rolar eu vou lá e cancelo de buenas.

Eu versão magra (em 2006!) apresentando a cozinha do apê retrô que a gente alugou em Portugal


Comida

Restaurante da moda, café tradicionalíssimo, mercados gourmet: passo todos. Só furo a regra se for uma coisa com uma arquitetura fantástica e pá, vou lá, peço uma água e bon voyage. Comer fora é sempre muito caro. Seja na sua cidade ou numa a passeio, o melhor mesmo é cozinhar. "Ai, Marla, eu não sei cozinhar". Mas miojo você faz, né? E já passou da hora de aprender pois: ninguém tem mãe pra sempre. Se vira, mano. Encontre o supermercado mais perto do local onde está hospedado, compre pão de forma, queijo e presunto e carregue sempre um ou dois sanduíches na bolsa / mochila pra matar uma fome de última hora, dessas que te fazem cometer loucuras do tipo pagar 15 euros por um croque monsieur (vulgo pão com queijo francês metido a besta).

Compre umas coisinhas fáceis de cozinhar, tipo macarrão, sopas em pacotinhos e afins pra jantar e tomar café da manhã e tenha na cozinha. Prepare sua comida e seu bolso vai te agradecer, confie. Dá pra usar sempre cozinha de Couchsurfing, Airbnb e hostels, logo, hotel não é pra mim e para os demais mãos de vaca.

Cozinhando um feijão na gringa


Atrações turísticas

Tá aí a coisa que me deixa pobre nas viagens. Cada um tem um estilo viajante, o meu inclui visitas a museus, igrejas e galerias de arte. Dificilmente a entrada para esses lugares é grátis e por mais que sejam valores pequenos (tipo 8 ou 10 euros), no final da viagem, você pagou uma pá de dinheiro pra esse povo. Internet tá aí pra isso, né, gente? Olhe com antecedência o que você gostaria de visitar e anote valores e horário de funcionamento. Daí faça as contas, dê prioridades, ajeite o orçamento. Procure pelos passes de tantos dias. Muitas cidades têm. Você paga um valor fechado por várias atrações por um determinado período de tempo e normalmente sai mais barato. Mas não vá comprar sem olhar. Faça as contas, mão de vaca tem que ser bom de matemática. 

Um dos meus presentes de aniversário de 2007 foi um Super Programa: Jantar + Cinema por 7 euros


Transporte

Nada de ser mané na vida, gente. Mão de vaca planeja tudo. Eu costumo ir marcando num mapinha pessoal (faça o seu aqui) todas as atrações que me interessam. Daí monto um roteiro onde eu possa fazer o máximo de coisas à pé, usando no máximo um transporte pra ir e outro pra voltar. Em Londres, por exemplo, metrô é uma pequena fortuna (15 reais uma passagem única), então nada de dar bobeira por aí. Pare de ser preguiçoso, coloque um tênis no pé e desbrave a cidade! Te garanto que vai render um monte de fotos (e uma noite bem dormida no fim do dia).

Nay dando aquela checada no mapa dentro do busão


Dicas

Ouça os locais, procure avaliações e dicas de outros viajantes que passaram por ali. "O Google é meu pastor e nada me faltará" é seu lema de vida viajante. TripAdvisor, UOL Viagens, Férias Brasil, Mochileiros e Mãos de Vaca (sim, sim, como não?!) são os que eu mais uso como fonte. Além, é claro, dos blogs de pessoas maravilhosas que compartilham suas experiências de viagem. Muá! :* Mas puuuuutz, como você tá com muita preguiça de pesquisar, vou ajudar. O Plnnr MONTA o roteiro pra você se você for para uma das cidades mais famosas do mundo. 

Planejando viagem por Portugal (que nunca rolou!): guias, mapas e calculadora!


Status

Pra mim, ter status na vida é possuir um passaporte cheio de carimbos. Pra ostentar esse estilo de vida e te deixar ainda com mais vontade de completar o álbum de figurinhas da sua vida, o site Flight Diary. Lá você insere os dados das suas viagens e ele monta um mapa de estatísticas super legais. Já tô louca pra viajar mais pra deixar meu mapa-mundi todo rabiscadinho!

Pra quem tem dúvidas ou quer compartilhar dicas de mãos de vaca: comentários! E vamos deixar esse negócio de viajar cada vez mais divertido, pois vocês já sabem: viajar é a única coisa que você compra e te deixa mais rico!

Os rabisquinhos do meu mapa no Flight Diary

4 comentários:

  1. Ana Carolina Castro16/8/14 15:57

    Outra dica valiosa: desapega de mala grande, principalmente nas Oropa. Se for inverno é mais complicado, mas se for verão, leva uma mochila com uns 2 shorts, uma calça, umas 3 blusinhas e um vestido mais tchan, um tênis, uma havaiana e uma rasteirinha e tá ótimo. Algumas calcinhas tb. Aí vc vai usando e lavando. No calor do verão europeu, tudo seca rapidinho (e no inverno tb, se colocar as coisas perto do aquecedor, haha). Com uma mochila, além de n preocupar com possíveis extravios e dores de coluna, vc ainda economiza nas passagens aéreas. Aí no último dia pode comprar um malão e encher do que quiser. :D

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    Respostas
    1. Taí uma coisa que eu ainda tô em processo: desapegar da malona. Das últimas vezes que fiz viagem comprida consegui levar uma, mas voltar com duas. rs Mas uma hora eu vou conseguir! :)

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  2. Olhos suados aqui com essa cozinha amarela retrô. Meu Deeeeeus, que saudade! :~

    Sobre hospedagem, a idade e a frescura chegaram para mim. Depois do Hostel com ratos em Amsterdã eu jurei que só hotel limpinho e confortável.

    Sobre a bagagem, a última viagem que fizemos quando estávamos em Portugal durou uns 15 dias e levamos apenas uma mochila pequena cada um. A manha foi levar as roupas mais velhas e desapegar no caminho. A cada item que entrava na mala, uma calcinha velha ou um par de meias ia pro lixo! :)
    Mas o problema nunca é a ida. Da Itália mesmo eu trouxe uma meia dúzia garrafas de vinho e uns 5 azeites embrulhados no meio da roupa, além de todo o souvenir! Cheguei parecendo uma muambeira.

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    1. Hahahahaha "olhos suados" foi ótimo! Sempre dá saudade, né?
      Ah, não! Hostel com ratos não dá não, gente! Acho que eu surto! Sou valente pra tudo, mas pra rato não consigo. Argh!
      Você falou de "calcinha velha" e eu já lembrei da sacola de calcinhas da Bárbara que era nova mas a gente jogou fora assim mesmo. hahahahaha ai, gente!
      E vc tá mais do que certa, o problema nunca é a ida, é a volta! Dessa vez eu vou nesse esquema português aí. Levar um bocado de roupa velha, comprar tudo novo na Primark e desovar as antigas num good will qualquer. Como não trazer umas 10 garrafas de cider na bagagem vai ser o meu maior sacrifício! :)

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