Metrô. Ah, o metrô... Eu já sou uma grande amante de cidades que têm metrôs à disposição da população, mas se o metrô estiver em Londres... aí... bem, aí eu amo mais.
O London Underground, ou melhor, o tube é, numa analogia imbecil, a praia dos cariocas. O mundo subterrâneo foi construído e é muito bem mantido, na minha opinião, para os ricos e pobres que vivem em Londres. Ok, os muito, muito pobrinhos moram lááááááá na Zona 6 da cidade (quando isso), onde às vezes nem tem underground. Mas tem overground e trens que ligam todo o sistema de transporte público. O que quero dizer é: todo mundo usa.
A casa onde eu fiquei em Londres era na zona 4, em Southgate, duas estações antes de Cockfosters (insira aqui sua piadinha), e formada por pai, mãe e duas crianças, que dividam dois carros. DOIS CARROS. Quantos deles usavam o tube? Todos. A mãe usava o carro só pra levar as crianças na escola e atividades ao redor (nada que 20 min de caminhada não resolvessem. Mas vai caminhar no inverno com crianças pra você ver!) e o pai usava o carro pra chegar até a estação (outros 20 minutos de caminhada que eu fazia todos os dias e nunca morri, hein?). Ele estacionava o carro do lado de fora da estação e pegava o tube. Eu sempre achei isso muito engraçado. Na ida. Porque na volta eu sempre sonhava em encontrar o pai na estação pra pegar uma carona pra casa. rsrsrs
Tirando o fato de eu ter que subir 15 andares de escada na estação Russell Square (da escola) porque o elevador sempre tinha filas quilométricas
Eles sofrem tanto que o Transport for Londond (TFL) vive inventando umas coisinhas pra deixar os londrinos um pouco menos ranzinzas. No começo deste mês enfeitaram algumas estações com o que eles chamaram de "Poetiquette", traduzida por mim porcamente como "Etiqueta poetisada". Nada mais é do que uma listinha de DOs e DON'Ts rimadinha. É simples, mas eu achei fofinho.
Uma das coisas que eu mais ouvia dentro do trem era "Use all available spaces" e "Move forward, please" - essa última adotei como frase do dia de todos os dias. Pensa num povo que gosta de entalar na porta? Povo muito carente, adora um calor humano. Já na plataforma o que você mais escuta é:
- Mind the gap between the train and the platform
Aí o moço que fica gerenciando a entrada
- Mind the gap!
- Mind the doors!
- Mind the closing doors, please!
- Mind the fuckin' caralho de asas da sua vida!!
Ó, é muita coisa pra botar reparo só pra entrar na porcaria de um vagão de trem. Isso acabou virando piada entre eu e meus amigos da St. Giles. A gente ficava falando em voz de alto-falantes MIND THE [insira aqui um milhão de coisas variadas e desimportantes pelos próximos 5 minutos]!! E londrinos também adoram esquecer as coisas nos trens. Cara, eles esquecem de um tudo. Mas o pior: eles esquecem iPad, notebooks, coisa cara, sabe? E pergunta se eles vão lá no Achados e Perdidos depois? Nada, bagatela, compra outra. Morri.
Achei um tempo atrás um documentário de seis episódios da BBC sobre o tube e eu quase fiquei convencida de que os londrinos têm razão e de que ele é uma porcaria. Mas como usei e comprovei... Bem, continuo achando maravilhoso. Aí fica pra você assistir, viajar, usar e tirar suas próprias conclusões. Os links seguem abaixo (em inglês).
Episódio 1 - Weekend
Episódio 2 - Revenue
Episódio 3 - Emergency Response
Episódio 4 - Upgrading the tube
Episódio 5 - Rush Hour
Episódio 6 - Overnight
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