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15 julho 2014

Nunca morri viajando sozinha

Selfie #1 na London Eye
De todas as coisas que eu faço sozinha nessa vida, tem uma que sempre querem saber se funciona: viajar. Já me neguei a viajar sozinha antes, quando era mais nova, mas não me lembro exatamente em que ponto da minha história eu toquei o foda-se pra isso. Pra quem me pergunta se viajar sozinha é legal e se eu aconselho, minha resposta é: Sim e depende.

Selfie #2 com minha mochila em Angra dos Reis
Viajar sozinha é mais uma questão de perfil. Você costuma fazer coisas sozinha o tempo todo? Tipo ir ao cinema, passear no shopping, ir pro parque...? Se sim, viajar vai ser só mais uma coisa que você vai fazer numa boa. No entanto, se você é dessas que não vai nem ali na padaria se não tiver companhia, é melhor você se esconder em casa mesmo.

Perrengue toda viagem tem. Com ou sem companhia. A diferença é como você lida com ele. Podem te matar enquanto você viaja sozinha? Podem. Mas também podem matar você e sua companhia na mesma viagem. Encafifar que essa é a razão pra você não se aventurar por aí é uma grandessíssima bobagem.

Eu tenho um jeito muito particular pra viajar. Sou dessas que planeja a viagem com todos os detalhes, crio planilhas e roteiros e estudo o mapa do lugar semanas antes de sair de casa. Eu adoro hostel: gosto da galera que tá viajando e dá dicas legais; gosto desse negócio de ter uma cozinha à minha disposição e levo numa boa a treta de dividir quarto com um bando de gente desconhecida - embora deteste compartilhar banheiro de hostel, que normalmente é sujo e super cheio.

Quando saio por aí pra conhecer lugares, as pessoas se sentem mais à vontade pra se apresentar, pra puxar papo - principalmente se eu estiver usando minha mochila cheia de broches dos mais diferentes países. Quando você está sozinha, você também fica mais aberto a novas descobertas e sugestões. De cada lugar que eu vou, trago ao menos um broche e três novos amigos. 

Lhays, a amiga que fiz no hostel de Porto Alegre
Na minha experiência de viajar acompanhada, tenho dois pequenos problemas. Como eu sou muito organizada e planejo tudo com muita antecedência, você não vai conseguir me convencer a ir a um lugar que eu não queira. Vai ser bem nessa hora que eu vou dizer: pode ir lá numa boa que depois te encontro no hotel. A segunda dificuldade é que eu gosto de andar pela cidade. Eu bato perna mesmo. Todo dia eu ando uns 10km mais ou menos. E dificilmente alguém consegue acompanhar meu ritmo. Não culpo ninguém, claro. Cada um no seu limite. Mas ainda não encontrei aquele super companheiro de viagem, minha *alma gêmea viajante*.

Pra mim, viajar sozinha tem basicamente duas desvantagens. A primeira é que há muitas coisas que ficam mais baratas se compradas pra dois do que pra um só. Por exemplo: hotéis, restaurantes e atrações turísticas 2por1. Nos dois últimos casos você até consegue encontrar algum visitante que tope te acompanhar, mas é meio esquisito dividir um quarto de hotel com um desconhecido, né? A segunda desvantagem é que eu adoro tirar foto. Mas eu adoro mais aparecer nelas. hehehe E minhas fotos são uma sucessão de selfies. Dica: tripé quebra um super galho, mas não é solução em todo lugar.

Tripé quebrando um super galho na Tour Eiffel
Para aqueles e principalmente para aquelas que se sentem inseguros, eu vos digo: desencana. Você deve ser cuidadosa na rua da sua casa e também do outro lado do mundo. Um exemplo? Quando estava em Paris deixei de ir a uma boate que eu queria porque a casa onde eu estava ficando era num bairro meio ermo e com fama de assaltos à noite (Em Goiânia eu fico na boate até amanhecer pra fugir dos bêbados do trânsito e de possíveis assaltos - tudo é uma questão de estratégia). No entanto, não deixei de sair pra todo lado durante o dia e me manter em locais em que eu não fosse uma presa fácil. Por lugares de presa fácil eu quero dizer: becos escuros e pubs com cara esquisita. Não tem segredo, o que você não faz na sua cidade você também não deve fazer fora dela.

Pra quem tem medo de ser atropelado na rua e nunca mais ser encontrado pelos familiares, dou a dica: na minha carteira fica o papel que diz que tenho seguro saúde e o número para ligarem numa emergência (em inglês ou na língua do lugar para onde estou indo). Eu tenho isso aqui em Goiânia, imagine viajando. Tem medo de ser assaltado e levarem todos seus documentos? Pois tenha esses documentos escaneados e guardados no seu email pra você poder acessar em caso de emergência. Sempre tenha no seu celular também o número da polícia e dos bombeiros da cidade onde você vai ficar. A gente só lembra que precisa dessas coisas quando já é tarde demais pra poder procurar. 

Selfie #3 em Amsterdan
Olha, nada do que estou dizendo aqui é uma grande novidade pra sua vida. Mas te garanto que essas diquinhas bobas já vão te deixar mais tranquila pra se aventurar por aí, desbravando lugares e conhecendo pessoas. Afinal de contas, nada na vida te deixa mais rico que viajar. Pra mim, acompanhada ou sozinha, viajar sempre vale a pena.

Me contem aí nos comentários: qual é o seu estilo de viajar? Sozinho ou de turma? Tem dicas? Compartilhe com os leitores!

8 comentários:

  1. Erika postou no Facebook e eu colo aqui:

    Marla, estou impressionada! Somos viajantes solitárias do mesmo estilo!...hahaha. Faço seguro de saúde, ando com as cópias, envio por email e ainda distribuo na família!...kkk. Tambêm ando com um cartão na bolsa e outro escondido no corpo (rs). Essas pequenas precauçoes sao suficientes. No mais eu penso como vc, se for pra acontecer tanto faz estar lá ou cá! Minha viagem pela América do Sul foi hiper tranquila e fiz muitas amizades!!! Super recomendo! Mas as fotos sao mesmo um problema...Pretendia escrever sobre o assunto mas tudo q vc escreveu resume o q sinto.

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    1. Assim que voltou, a Erika postou uma coisa super legal no Twitter. Ela disse que agora que ela tinha passado mais de 30 dias rodando a América do Sul, ela se sentia pronta e preparada pra qualquer outra coisa. Achei forte. E achei corretíssimo! :)

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  2. Olá, Marla!
    Para mim, não tem nada melhor do que viajar sozinho. Nesse aspecto, me considero um turista "autista". Na realidade, nunca encontrei ninguém que partilhasse da mesma "filosofia" de viagem e, cansado de esperar pela "alma gêmea viajante", decidi me lançar no mundo sozinho. Em 2008/2009, tive a oportunidade de fazer um tour por 12 países europeus* levando comigo apenas mapas, roupas e minha inseparável mochila. Apesar de preparar com antecedência meus roteiros e realizar pesquisas sobre os destinos, também gosto dos "improvisos", como deixar para reservar o hostel "sur place" (o que já me rendeu muitas aventuras, como ter que dormir em rodoviárias e estações de trem devido a indisponibilidade de vagas nos alojamentos).
    Também gosto de andar muiiiiiiiiito durante as viagens num ritmo difícil de ser acompanhado e antes mesmo do "selfie" virar moda, já o praticava há anos. ;-)
    Parabéns pelo texto!

    *Na época, cheguei a relatar minhas viagens num blog que ainda existe, mas que deixou de ser atualizado. www.belgileiro.blogspot.com
    **Tive conhecimento do seu blog pela postagem da Érika no facebook.

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    1. Oi, Ailton!
      Há quanto tempo!
      Eu só não sou uma turista autista porque acabo fazendo amizade com um monte de gente pelo caminho! Me esforcei muito pra me desprender dessa coisa de não sair de casa sem hotel reservado. Já tentei algumas vezes e nunca deu certo. Além do mais, enquanto mulher não acho muito inteligente me aventurar a passar uma noite na rodoviária - mesmo que seja uma rodoviária europeia. rs
      Dei uma lida rápida no seu blog e já indico pra quem tiver a fim de se jogar no esquema mochilão por aí. Depois quero escarafunchar melhor todos os posts!
      Que legal que a Erika te trouxe aqui. Volte sempre! Os próximos posts vão falar muito da Inglaterra e de viagens pela Europa. :)
      Beijos!

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  3. Bom, eu sempre viajo com minha "alma gêmea viajante" e é sempre uma sintonia perfeita. Mas acho que não teria problemas em viajar sozinha... afinal é a coisa que mais gosto de fazer na vida. Já chego de uma pensando na próxima. E o fato de o mundo ser muito grande é uma angústia constante na minha vida: não vai dar pra ver tudo numa vida só!
    P.S.: Acho que daríamos boas companheiras de viagem!
    P.S. 2: As fotos são realmente um problema!

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    1. Nay, vc e o Pedro, assim como a Natasha e o João, são os dois casais mais ~afins~ pra viajar que conheço nessa vida. Confesso que fico com um pouquinho de inveja de não ter encontrado minha alma gêmea viajante desta vida ainda. Somos mesmo muito parecidas nesse negócio de: 1. chegar de uma viagem pensando na próxima. 2. O mundo é grande demais, o que farei, ó, Deus?!
      Eu acho que de todos os meus amigos, vc e o Pedro são os que mais se assemelham a mim pra viajar. Foi por isso que eu queria tanto que a roadtrip fosse com vcs. (*suspiros) E a gente nunca fez uma viagem só nós duas, mas já tenho certeza que enquanto eu olharia o mapa, vc chamaria o táxi e assim a coisa correria super bem. Morro de preguiça de gente que fica esperando vc fazer tudo e não te ajuda em nada. Vontade de jogar a pessoa no bueiro e sair correndo como se nada tivesse acontecido. :)
      Assim que o Leo tiver por aí nesse mundo, a gente deixa o Pedro pra cuidar e põe na prática essa coisa de viagem a duas. Providenciemos??

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  4. É realmente, não é uma coisa fácil! Eu mesma que me cago de medo até de trânsito (oi?!) acho que não conseguiria...preciso pelo menos levar minha cadelinha, afinal de contas, nem em casa fico sozinha quando o Rafael viaja, por causa dela! Aliás, quando ele viaja vou pra casa dos meus pais kkkkkkk. E você tá expert em tirar fotos sozinha, pode continuar treinando. Bêjo!

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    1. É mesmo, Mi? Nunca imaginei!
      Mas a Yumi taí pra isso, né? Já vi uma pá de gente carregando cachorrinho no avião pra servir de companhia. E eles ficam numas casinhas nos pés da dona, bem quietinhos a viagem inteira! É impressionante! Que tal levar a Yumi pra conhecer o Japão, hein? :)

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