Antes que alguém comece a me julgar, explico-me: tragédias ficam chatas quando viram pautas recorrentes e ininterruptas nos principais telejornais brasileiros. Em especial no Jornal Hoje, que é telejornal que assisto diariamente devido ao horário.
Quem não se lembra da tragédia em Angra dos Reis, logo no início do ano? Um dia, dois vá lá; mas uma semana em cima disso é realmente uma forma de nos criar antipatia. Já não dava mais pra aguentar os vídeos e depoimentos de pais e amigos da filha dos donos da tal Pousada Sankai.
Além do que, depoimentos de pessoas que perderam parentes e amigos em tragédias é um negócio que me dá vergonha de ser jornalista. Há quem discorde, e afirme que é preciso mostrar o lado emocional das pessoas para "aproximar" a catástrofe daqueles que estão a quilômetros de distância do perigo - como eu.
Mas não consigo aplaudir os jornalistas que gostam de explorar o sofrimento alheio - porque é exatamente assim como vejo isso. Colocar o pessoal chorando e expor essas pessoas tão abaladas que nem mesmo conseguem ver o que estão fazendo - no caso, dando entrevista e mostrando sua dor a nível nacional.
Vejam o caso do Haiti. O amigo jornalista Vasconcelos Neto (@vasconcelosneto) apontou o que ele considera um erro na cobertura do terremoto. Apesar de o Haiti ser um país miserável e de negros, tudo o que se vê são histórias que contam como os brancos e gringos conseguiram se salvar ou o quanto têm sofrido porque perderam parentes.
As coberturas jornalísticas parecem ter engolido uma vitrola quebrada. É o tempo todo e só se fala disso. Hoje, por exemplo, três dias após o ocorrido, no site do Jornal Hoje, dos 22 links em destaque na página, dez são sobre o Haiti. Eu acho chato. E acabo criando uma espécie de antipatia pelos que estão sofrendo. Será que sou só eu?
A quem interessar possa, um bocadim da história do Haiti, comentada por Arnaldo Jabor (áudio extraído do site da CBN):
http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/2010/01/14/TODOS-OS-HORRORES-ACONTECEM-NO-HAITI.htm
Quem não se lembra da tragédia em Angra dos Reis, logo no início do ano? Um dia, dois vá lá; mas uma semana em cima disso é realmente uma forma de nos criar antipatia. Já não dava mais pra aguentar os vídeos e depoimentos de pais e amigos da filha dos donos da tal Pousada Sankai.
Além do que, depoimentos de pessoas que perderam parentes e amigos em tragédias é um negócio que me dá vergonha de ser jornalista. Há quem discorde, e afirme que é preciso mostrar o lado emocional das pessoas para "aproximar" a catástrofe daqueles que estão a quilômetros de distância do perigo - como eu.
Mas não consigo aplaudir os jornalistas que gostam de explorar o sofrimento alheio - porque é exatamente assim como vejo isso. Colocar o pessoal chorando e expor essas pessoas tão abaladas que nem mesmo conseguem ver o que estão fazendo - no caso, dando entrevista e mostrando sua dor a nível nacional.
Vejam o caso do Haiti. O amigo jornalista Vasconcelos Neto (@vasconcelosneto) apontou o que ele considera um erro na cobertura do terremoto. Apesar de o Haiti ser um país miserável e de negros, tudo o que se vê são histórias que contam como os brancos e gringos conseguiram se salvar ou o quanto têm sofrido porque perderam parentes.
As coberturas jornalísticas parecem ter engolido uma vitrola quebrada. É o tempo todo e só se fala disso. Hoje, por exemplo, três dias após o ocorrido, no site do Jornal Hoje, dos 22 links em destaque na página, dez são sobre o Haiti. Eu acho chato. E acabo criando uma espécie de antipatia pelos que estão sofrendo. Será que sou só eu?
A quem interessar possa, um bocadim da história do Haiti, comentada por Arnaldo Jabor (áudio extraído do site da CBN):
http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/2010/01/14/TODOS-OS-HORRORES-ACONTECEM-NO-HAITI.htm
Eu tinha errado o link do áudio da CBN, mas agora está ok.
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